Por Alex Rabelo, jornalista e empresário
Se tem uma coisa que a política mato-grossense nos ensina é que os movimentos mais importantes não acontecem nos palanques — acontecem antes, nas articulações silenciosas, nos gestos simbólicos e nas alianças que se formam nos bastidores. E 2026, meus amigos, já começou.
Enquanto o cidadão comum ainda nem pensa em eleição, os nomes, os grupos e os interesses já estão se posicionando, articulando e se preparando para a batalha que vem aí.
📌 E o epicentro de tudo isso? Mauro Mendes.
O governador, mesmo sem dizer abertamente que disputará algum cargo, já escolheu uma linha, um grupo — e, ao que tudo indica, um possível sucessor.
🤝 Pivetta: o herdeiro natural?
Nos bastidores, Otaviano Pivetta é apontado como o nome que teria a bênção de Mauro Mendes para disputar o Governo do Estado em 2026. Experiente, gestor técnico, bom de conversa com o agro e já testado como vice-governador, Pivetta carrega o perfil de continuidade que Mauro gostaria de deixar.
Mas… o caminho não será tão simples.
🏃♂️ Correndo por fora: Jaime Campos e Wellington Fagundes
De um lado, Jaime Campos (União Brasil) não esconde que vem construindo sua candidatura ao Governo, com movimentações fortes nos bastidores, visitas a municípios e conversas com líderes políticos.
Do outro, Wellington Fagundes (PL) — senador e líder do partido de Bolsonaro em Mato Grosso — vem há anos tentando viabilizar sua chegada ao Palácio Paiaguás. E agora, com o PL tendo eleito um número expressivo de prefeitos em cidades estratégicas, como Várzea Grande, Rondonópolis e Sinop, o projeto pode ganhar musculatura real.
Wellington, que sempre foi mais discreto nos embates, agora fala como líder de um grupo forte e alinhado com a direita nacional.
Mauro jogando xadrez com os dois braços
Mauro Mendes faz política com os dois braços: enquanto sinaliza o nome de Pivetta como seu sucessor no Executivo, mantém viva a possibilidade de disputar o Senado.
E aí o jogo fica ainda mais interessante.
🏛️ Senado: palco de guerra ou continuação de alianças?
A eleição para o Senado em 2026 deve ser uma das mais intensas da história recente de MT. E os nomes já estão na mesa:
🔹 Mauro Mendes (União Brasil) – Se optar pela disputa, será favorito natural, com base forte e recall alto.
🔹 Janaína Riva (MDB) – Já declarou abertamente seu desejo de disputar o Senado. É a deputada mais votada da história do Estado, tem força, articulação e apoio de prefeitos.
🔹 Carlos Fávaro (PSD) – Vai tentar a reeleição. Tem apoio federal e do agronegócio, mas carrega o peso de representar o governo Lula em um estado majoritariamente conservador.
🔹 José Medeiros (PL) – Deputado federal, bolsonarista raiz, com forte presença nas redes e discurso alinhado à base que de alinhados do Bolsonaro em Mato Grosso.
A disputa será dura. E o eleitor conservador terá nomes variados dentro da mesma base — o que pode provocar divisão e dispersão de votos, algo que beneficiaria justamente candidatos mais ao centro, como Fávaro ou Janaína.
As redes não mentem
Quem acompanha os perfis oficiais, declarações recentes e postagens dos principais líderes políticos já percebe: o tom subiu, os posicionamentos estão mais firmes e os recados estão sendo dados com mais clareza.
Mauro fala mais de liberdade, religião e família.
Wellington virou o porta-voz do PL estadual.
Janaína intensificou sua agenda de interior e aproximação com prefeitos.
Medeiros bate firme no governo federal.
Jaime costura alianças com a classe política.
Pivetta se mantém discreto — mas é citado em todo jantar político.
Análise final: o silêncio também é uma estratégia — mas não por muito tempo
Em breve, os sorrisos protocolares vão dar lugar às disputas reais.
Quem ainda está estudando o cenário pode acabar ficando sem espaço no tabuleiro.
Mato Grosso caminha para uma eleição com vários nomes fortes, e cada grupo político terá que fazer escolhas difíceis — ou corre o risco de se dividir e perder espaço.
E enquanto isso, o governador Mauro Mendes segue conduzindo o jogo.
Se como senador ou como mentor de um novo governador — só o tempo dirá.
📢 Uma coisa é certa: 2026 não será só mais uma eleição. Vai ser um divisor de águas para quem sonha alto.