Corpos encontrados não constam no balanço oficial do governo; operação é considerada a mais letal da história do estado
Por Redação MT Urgente News
Publicado em 29 de outubro de 2025 – Atualizado às 08h17
O Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, viveu momentos de desespero e caos nas primeiras horas desta quarta-feira (29).
Moradores da comunidade levaram pelo menos 54 corpos até a Praça São Lucas, na Estrada José Rucas — uma das principais vias da região —, um dia após a megaoperação policial que deixou dezenas de mortos e foi considerada a mais violenta da história do Rio.
Imagens e vídeos compartilhados nas redes sociais mostram corpos cobertos por lençóis, lado a lado na praça, enquanto moradores denunciam execuções e abusos durante a ação das forças de segurança.
🚨 A operação mais letal do estado
O governo do Rio de Janeiro informou, na noite de terça-feira (28), que 60 suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas foram mortos durante a megaoperação conjunta realizada nos complexos da Penha e do Alemão.
A ação também resultou na morte de quatro policiais militares.
No entanto, nesta quarta-feira, o secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, declarou que os 54 corpos levados à praça pelos moradores não constam no balanço oficial divulgado pelo governo.
“Será realizada uma perícia detalhada para verificar se há relação entre essas mortes e os confrontos da operação”, afirmou o secretário à imprensa.
Corpos foram retirados de área de confronto
De acordo com informações apuradas pelo g1, os corpos foram retirados de uma região de mata conhecida como Vacaria, localizada na Serra da Misericórdia, onde ocorreram os confrontos mais intensos entre policiais e traficantes.
Moradores relatam que ainda há vítimas no alto do morro, e que a movimentação para retirada dos corpos começou ainda na madrugada.
“A gente passou a noite ouvindo tiros sem parar. De manhã, começaram a descer os corpos. Foi uma cena que nunca vimos aqui”, relatou uma moradora, que preferiu não se identificar.
Investigação e tensão no Complexo da Penha
A Polícia Civil informou que uma equipe foi enviada ao local para iniciar a perícia e identificar as vítimas.
A corporação também confirmou que as mortes serão investigadas individualmente, para determinar se ocorreram durante a troca de tiros ou após o fim da operação.
Entidades de direitos humanos pedem transparência na apuração e cobram que o governo esclareça a diferença entre o número oficial e os corpos encontrados pelos moradores.
O clima na comunidade é de medo. Escolas e comércios não abriram as portas nesta quarta-feira, e moradores relatam toques de recolher impostos por traficantes após o confronto.
“O morro está em silêncio. Ninguém sabe o que vai acontecer. Parece uma guerra”, afirmou um comerciante local.
O que se sabe até agora
54 corpos foram levados por moradores para a Praça São Lucas, na Penha;
60 mortos é o número oficial divulgado pelo governo;
4 policiais militares também morreram durante a operação;
As vítimas da praça ainda não estão incluídas no balanço oficial;
A Polícia Civil realiza perícia e identificação;
Os corpos teriam sido retirados da região da Vacaria, ponto central dos confrontos.
A operação que começou na manhã de terça-feira mobilizou centenas de agentes das polícias Civil, Militar e Federal, com o objetivo de combater facções criminosas que controlam a região.
Segundo o governo, o foco era reprimir o tráfico de armas e drogas e cumprir mandados de prisão contra líderes do Comando Vermelho (CV).
Com os novos números extraoficiais, o total de mortos pode ultrapassar 100 pessoas, o que transformaria a ação na mais letal da história policial do país.
📰 MT Urgente News segue acompanhando o caso e atualizando as informações à medida que novas confirmações oficiais forem divulgadas.














