Cuiabá-MT: 24 de janeiro de 2025 : 15:40 pm

“Sistema Penitenciário de Mato Grosso: Desafios, Compromisso e a Verdade sobre os Policiais Penais”

No sistema penitenciário de Mato Grosso, um ambiente complexo e repleto de desafios, os policiais penais desempenham um papel fundamental na segurança, no controle e na ressocialização dos internos. Contudo, é comum que críticas generalizadas e discursos simplistas coloquem esses profissionais como vilões, ignorando sua dedicação e os resultados de suas ações.

Recentemente, autoridades como o governador e o presidente do Grupo de Monitoramento do Sistema Penitenciário (GMF) têm atribuído a entrada de celulares nas unidades prisionais a uma suposta corrupção entre servidores. Essa narrativa, porém, desconsidera o trabalho árduo realizado pela maioria dos policiais penais e os números que evidenciam o combate constante a práticas ilícitas dentro do sistema.

Em 2024, por exemplo, foram realizadas centenas de apreensões de celulares nas unidades prisionais de Mato Grosso. Drones foram interceptados em Rondonópolis e outras regiões, visitantes foram flagrados tentando introduzir aparelhos durante as revistas, e até mesmo funcionários terceirizados e presos em regime semiaberto foram identificados utilizando estratégias para burlar as normas de segurança.

Esse trabalho é fruto do comprometimento de profissionais que, muitas vezes, arriscam suas vidas para manter a ordem no sistema penitenciário. Contudo, uma portaria antiga da Secretaria de Administração Penitenciária (SAAP) impede que os policiais penais divulguem informações sobre suas apreensões, deixando espaço para discursos que os colocam como culpados por problemas estruturais do sistema.

Outro ponto amplamente ignorado é o impacto das flexibilizações nas regras de segurança, frequentemente concedidas durante visitas do GMF e outros órgãos fiscalizadores. Sob o pretexto de evitar rebeliões, essas concessões tornam o trabalho dos policiais penais ainda mais difícil, comprometendo a segurança interna das unidades.

*João Batista, ex-deputado estadual e atual presidente da Associação dos Policiais Penais de Mato Grosso*, destaca a frustração da categoria diante das críticas generalizadas:
“É injusto e desmotivador para quem está na linha de frente, arriscando a vida e se dedicando diariamente, ser tratado como o culpado por falhas que são, na verdade, estruturais e de gestão. A maioria dos policiais penais é formada por profissionais comprometidos que lutam para manter a ordem e garantir a segurança no sistema penitenciário.”

Apesar dos desafios, os policiais penais de Mato Grosso têm mostrado compromisso em promover a ressocialização dos internos, oferecendo oportunidades reais para aqueles que buscam uma reintegração digna à sociedade.

A atual administração tem trabalhado para melhorar as condições de trabalho e valorizar os servidores, mas João Batista alerta para a necessidade de atenção contínua:
“Sem investimentos em tecnologia, regras mais rígidas e o apoio irrestrito aos profissionais que atuam no sistema penitenciário, corremos o risco de retroceder ao caos do passado. É fundamental entender que o policial penal é parte da solução, não o problema.”

A segurança e a eficiência do sistema penitenciário dependem de uma responsabilidade compartilhada entre gestores, servidores, órgãos fiscalizadores e a sociedade como um todo. Somente com reconhecimento, investimento e valorização profissional

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