Com a previsão de inauguração do Hospital Central de Cuiabá, sob gestão do Hospital Albert Einstein e administrado pelo Governo do Estado, o futuro da Santa Casa de Misericórdia entrou em debate e virou motivo de apreensão entre parlamentares e profissionais da saúde.
Na manhã desta segunda-feira (19), durante audiência pública na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, os deputados Paulo Araújo (PP), Dr. João (MDB) e Lúdio Cabral (PT), todos médicos e membros da Comissão de Saúde, divergiram sobre o destino da Santa Casa, caso o governo decida redirecionar recursos e esvaziar a estrutura atual.
O ponto em comum entre os três: a unidade não pode fechar. Mas o que fazer com ela? Quem deve assumir? E agora?
Paulo Araújo: “Temos que negociar. Fechar não é opção”
Presidente da Comissão de Saúde, Paulo Araújo defende que a Santa Casa precisa ser mantida funcionando, e apresentou alternativas como a gestão municipal ou a transferência para o consórcio da Baixada Cuiabana.
“Nós vamos fazer uma mesa de negociação intensa com o Governo do Estado. O município pode assumir. Outra alternativa é o Estado manter a gestão. Também há a proposta de o consórcio assumir. O importante é garantir que a unidade continue.”
Dr. João: “É referência em oncologia. Pode virar hospital especializado”
Com foco nos atendimentos já realizados, Dr. João chamou atenção para os mais de 400 pacientes em tratamento de quimioterapia atualmente atendidos pela Santa Casa. Para ele, a unidade deveria ser transformada em um hospital especializado.
“Não pode fechar. Temos que ter um relatório completo do que é produzido ali. A quimioterapia, por exemplo, não será feita no Hospital Central, nem há vagas nos demais hospitais. A Santa Casa pode continuar com administração pública ou privada, mas tem que manter seu papel.”
Lúdio Cabral: “A saída é regionalizar com o consórcio da Baixada Cuiabana”
Já o deputado Lúdio defende que a Santa Casa seja incorporada pelo Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Rio Cuiabá, se transformando em um hospital regional, com gestão compartilhada e foco em atender toda a população da Baixada.
“Minha proposta é que o Estado mantenha o contrato de gestão da Santa Casa neste momento, e depois ela seja assumida pelo consórcio regional, se tornando uma estrutura estratégica para toda a região.”
⚠️ O que será da Santa Casa?
Com o novo Hospital Central prestes a ser entregue, o risco da Santa Casa ser esvaziada ou até mesmo encerrada preocupa a classe política, os trabalhadores da saúde e, principalmente, os pacientes.
Enquanto o Governo do Estado foca na nova estrutura moderna, a população pergunta o que será feito com um hospital tradicional, que já salvou tantas vidas e segue em plena atividade.
👉 Fechar não é opção. Mas manter exige decisão, articulação e responsabilidade.
E agora?
Quem vai garantir o futuro da Santa Casa?