Atualizado às 9h31 – A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (20) a Operação Rustius, que apura indícios de caixa 2 e abuso de poder econômico durante a campanha eleitoral de Alei Fernandes (PL) à prefeitura de Sorriso, município localizado a 420 km ao norte de Cuiabá.
Segundo a investigação, Fernandes teria liderado um esquema para burlar o limite legal de gastos de campanha, utilizando empréstimos contraídos por terceiros, distribuição de valores para contas de candidatos a vereador e pagamentos em espécie, dificultando a rastreabilidade das despesas.
Suposta estrutura de financiamento paralelo
A apuração aponta que a campanha de Alei teria ultrapassado o teto de gastos permitido por lei, utilizando recursos não declarados oficialmente na prestação de contas — prática configurada como crime de caixa 2, conforme a legislação eleitoral.
Entre os métodos utilizados estariam:
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Contratação de empréstimo por meio de uma empresa ligada ao candidato, com valores diluídos e enviados a contas de terceiros (laranjas);
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Posterior repasse dos valores para a campanha de Alei e de vereadores como forma de doações indiretas;
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Pagamentos de cabo eleitorais em dinheiro vivo, registrados como prestadores de serviço, sem identificação como despesas eleitorais.
Essas práticas teriam como objetivo driblar os mecanismos de controle da Justiça Eleitoral e manter despesas fora da contabilidade oficial da campanha.
⚖️ Possíveis crimes e penalidades
Caso as irregularidades sejam confirmadas, Alei Fernandes poderá responder por:
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Caixa 2 eleitoral – uso de recursos não contabilizados oficialmente;
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Abuso de poder econômico – prática que, se comprovada, pode resultar em pena de 2 a 5 anos de reclusão, além de outras sanções eleitorais.
Operação e diligências
Durante a operação, três mandados de busca e apreensão foram cumpridos por ordem do Juiz Eleitoral de Garantias do Núcleo I do TRE-MT. A ação teve como foco a coleta de novos elementos probatórios que possam esclarecer a origem e o destino dos recursos utilizados na campanha.
Até o momento, 17 pessoas foram formalmente indiciadas no processo investigativo.
A reportagem acompanha o caso e aguarda posicionamento oficial da defesa do investigado.
Outro lado
Reportagem procurou a assessoria de imprensa da Prefeitura de Sorriso, mas foi informada que “não poderia se manifestar sobre o assunto, pois se tratava de uma questão pessoal”.
Por isso, orientou a reportagem procurar o advogado do prefeito. Porém, a assessora não tinha o contato dele, nem mesmo o nome.
Veja o Vídeo: