O leilão do prédio do Hospital Estadual Santa Casa de Cuiabá, previsto para setembro, mobiliza deputados da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), que defendem medidas imediatas do Governo do Estado para evitar a perda de uma das unidades hospitalares mais tradicionais e importantes do Estado.
Antes da sessão desta quarta-feira (13), Paulo Araújo (PP), presidente da Comissão de Saúde, Júlio Campos (União), vice-presidente da Casa, e Dr. João (MDB), primeiro-secretário, afirmaram que irão intensificar as articulações políticas e realizar uma visita técnica ao hospital nos próximos dias, buscando alternativas que garantam a continuidade dos atendimentos, especialmente na área oncológica.
Paulo Araújo: manter serviços essenciais do SUS
Paulo Araújo garantiu que a Comissão de Saúde vai reunir parlamentares e o secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo, para discutir soluções que evitem o fechamento.
“Enquanto a Santa Casa estiver sob gestão estadual, é competência da Assembleia, junto ao Governo, fazer pressão para que todos os procedimentos importantes para o SUS continuem sendo ofertados. Sabemos que a Justiça do Trabalho está nos trâmites finais, diante da demanda trabalhista, mas não podemos deixar a população sem esse atendimento.”
Júlio Campos: patrimônio histórico e recurso disponível
Júlio Campos criticou a ausência de ação do Executivo para adquirir o prédio, atualmente sob responsabilidade do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que pede R$ 48 milhões pelo imóvel. Ele destacou que o valor representa menos de 1% da arrecadação anual do Estado, que ultrapassa R$ 50 bilhões.
“A Santa Casa é um patrimônio cultural e imaterial, com 200 anos de história. Não é possível entregar de bandeja por uma dívida de R$ 48 milhões. Com um orçamento desses, custa separar 1% para comprar a Santa Casa? Temos que forçar uma composição e impedir esse leilão.”
Dr. João: referência em oncologia não pode fechar
Dr. João reforçou a necessidade de mobilização popular para pressionar o governo, ressaltando que a unidade é referência no tratamento de câncer.
“Não podemos permitir o fechamento. Não é só pela história centenária, mas pela funcionalidade. Hoje, a Santa Casa é essencial para pacientes oncológicos. Você não consegue, de um dia para o outro, criar 200 vagas para esse tipo de tratamento.”
Importância estratégica
Com mais de dois séculos de existência, a Santa Casa é referência no atendimento de média e alta complexidade em Mato Grosso. O seu fechamento pode sobrecarregar outras unidades e comprometer o acesso da população a tratamentos especializados.














