O deputado estadual Eduardo Botelho (União Brasil) demonstrou preocupação com os rumos da disputa interna no grupo político que comanda o Governo de Mato Grosso. Segundo ele, a divisão entre os nomes do senador Jayme Campos e do vice-governador Otaviano Pivetta para a sucessão estadual em 2026 pode provocar um novo racha, semelhante ao que ocorreu nas eleições de 2024, quando ele disputou a Prefeitura de Cuiabá e enfrentou resistência dentro do próprio partido.
Botelho afirma que, até o momento, o União Brasil não conseguiu estabelecer diálogo sobre a escolha do candidato ao governo e que a polarização entre Jayme e Pivetta pode repetir o erro de 2024. Na ocasião, a escolha do partido por seu nome à prefeitura desagradou aliados do então pré-candidato Fábio Garcia, que não o apoiaram durante a campanha.
“Se definirem Pivetta, os aliados de Jayme podem não apoiar. E se for Jayme, os outros também podem recuar. Foi o que aconteceu comigo. A base ligada ao Fábio não veio comigo porque estava contrariada com a decisão interna”, relembrou.
Para o deputado, o impasse atual é agravado por uma decisão pessoal do governador Mauro Mendes, que já manifestou apoio a Pivetta, mesmo diante da força política e popularidade de Jayme Campos. Ele nega que haja resistência do partido ao nome de Jayme e atribui o entrave à postura pessoal do governador.
“A resistência é mais do governador. Jayme é respeitado por todos, mas essa posição pode atrapalhar todo o grupo”, afirmou.
Botelho contou que já conversou com Mauro Mendes e pediu que o governador lidere um processo de construção interna ainda em 2025, com foco no consenso. Segundo ele, repetir os erros do passado pode custar caro ao grupo político.
“Falei com o governador: se a gente não se unir agora, vai acontecer tudo de novo. Em 2024, ele saiu dizendo que o candidato era Fábio Garcia. Isso criou animosidade. A família de Fábio não me apoiou, e muita gente também não, por conta disso. Agora pode ser igual”, alertou.
O União Brasil ainda não oficializou nenhum nome para a disputa ao Governo de Mato Grosso em 2026. Enquanto Jayme Campos articula nos bastidores com apoio de lideranças regionais, Otaviano Pivetta conta com a confiança direta do governador e tem seu nome defendido como continuidade da atual gestão.
Nos bastidores, o clima é de apreensão entre os aliados. A definição do candidato pode decidir não apenas os rumos do grupo governista, mas também o futuro político de figuras centrais da política mato-grossense.