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Brasil reage ao “tarifaço” dos EUA: Fávaro critica postura de Trump e diz que governo busca alternativas para conter impacto

Ministro Carlos Fávaro classificou a medida como autoritária e reforçou necessidade de diplomacia e novas estratégias de exportação

O governo brasileiro reagiu com firmeza à decisão dos Estados Unidos de impor uma sobretaxa de 50% sobre 3,8 mil produtos nacionais, medida que entrou em vigor nesta quarta-feira (6). Em pronunciamento oficial, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, classificou a atitude como “tirânica” e alertou para o impacto negativo da medida sobre os brasileiros, defendendo um posicionamento diplomático e estratégico por parte do Brasil.

“O mundo não precisa de um imperador, não precisa de um tirano para dizer como as coisas vão acontecer. É preciso respeitar as democracias e privilegiar o diálogo. O Brasil está sempre aberto ao diálogo”, afirmou o ministro durante evento com o Sebrae, em Brasília.

O que muda com o tarifaço?

A medida anunciada pelo governo norte-americano atinge 95 categorias de produtos brasileiros, incluindo setores estratégicos como café e carne bovina, e passa a incidir sobre todos os embarques feitos após as 00h01 desta quarta-feira.

Apesar do impacto significativo em diversos setores, alguns produtos ficaram de fora da nova tarifa, como:

  • Suco de laranja

  • Aeronaves civis

  • Petróleo e derivados

  • Fertilizantes

  • Veículos e peças

  • Produtos energéticos

“Estão punindo o povo brasileiro”, diz Fávaro

O ministro também criticou duramente os brasileiros que apoiaram a medida americana, sugerindo que tal postura ignora os impactos reais da decisão sobre produtores e consumidores do país.

“Causa estranheza ver brasileiros apostando que isso ainda pode piorar. Qual pátria estão defendendo? Essa medida não atinge o presidente Lula, nem o ministro da Agricultura. Ela atinge o povo brasileiro”, destacou Fávaro.

Alternativas e abertura de mercados

Para contornar os efeitos imediatos das sanções, o governo federal está buscando novos acordos comerciais, principalmente com países da Ásia e América Central, além de reforçar os laços com os 398 novos mercados que passaram a importar produtos do Brasil nos últimos anos.

Fávaro defendeu que a diplomacia econômica e o fortalecimento das relações internacionais devem nortear a reação brasileira.

“Precisamos atuar com pragmatismo. Mesmo que o produto exportado seja de menor volume, ele pode ser extremamente relevante para pequenos empreendedores. Vamos trabalhar com linhas de crédito, compras públicas e redirecionamento das exportações”, disse.

Setores pressionam por medidas

Com os prejuízos sendo estimados, setores produtivos afetados pelo tarifaço já estão em contato com o governo federal para discutir linhas de apoio emergencial, medidas compensatórias e estratégias de reposicionamento no mercado internacional.

Segundo o ministro, a equipe técnica do governo está empenhada em elaborar ações específicas por setor, considerando o impacto individual sobre cada cadeia produtiva atingida pelas novas regras.


🔎 Contexto político e internacional

A decisão dos EUA, liderados novamente pelo presidente Donald Trump, foi interpretada por analistas como parte de uma estratégia de endurecimento comercial. O Brasil, que tem se posicionado como liderança em produção de alimentos e energia limpa, passa a encarar um novo desafio: recalibrar sua presença no mercado global sem abrir mão da soberania comercial e do respeito diplomático.

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Cuiabá-MT 15.12.2025 03:46

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