Calamidade financeira e R$ 48 milhões em publicidade: decisão da Prefeitura de Cuiabá abre debate

Em meio à crise fiscal que levou a Prefeitura de Cuiabá a decretar estado de calamidade financeira, uma decisão recente da gestão municipal chama atenção e levanta questionamentos: a assinatura de contratos de publicidade que somam R$ 48 milhões, celebrados por meio de dispensa de licitação.

Os contratos foram firmados com quatro agências — entre elas DMD, Renca e JFirmino, já conhecidas por atuarem na gestão anterior — com valores de R$ 12 milhões cada, válidos por 12 meses. A medida foi autorizada sob a justificativa de continuidade administrativa, mas gerou reação nos bastidores e entre representantes da sociedade civil.

Cenário de restrições, escolhas que causam dúvidas

A contratação ocorre em um momento delicado, no qual a própria Prefeitura reconhece dificuldades para manter serviços essenciais. Unidades de saúde relatam carência de insumos, escolas enfrentam problemas estruturais e diversos contratos com prestadores de serviços estão em revisão ou suspensão.

A pergunta que surge é legítima: diante de tantas necessidades urgentes, era mesmo o momento de destinar tamanha verba à comunicação institucional?

A gestão argumenta que os contratos têm como objetivo garantir transparência das ações do poder público e fortalecer os canais de comunicação com a população. No entanto, o valor elevado — e a forma de contratação, sem processo licitatório — acabam por intensificar o debate sobre prioridades em tempos de escassez.

A publicidade como estratégia — mas a que custo?

É sabido que o prefeito Abílio Brunini sempre valorizou a comunicação como ferramenta de gestão. No entanto, em um contexto de calamidade reconhecida, a destinação de R$ 48 milhões à publicidade institucional levanta uma reflexão importante:
estamos diante de uma estratégia necessária ou de um investimento que poderia ser realocado em áreas mais urgentes?

Não se trata aqui de colocar em xeque a importância da publicidade oficial, mas de questionar o volume, o momento e os critérios adotados para a contratação.

Transparência, confiança e responsabilidade pública

O debate não é apenas técnico, é também ético e simbólico. Em momentos de crise, espera-se da administração pública coerência entre discurso e prática. E quando decisões chamam mais atenção pelo valor do que pelos resultados esperados, a confiança da sociedade tende a ser impactada.

A população de Cuiabá — que convive diariamente com os desafios urbanos e sociais da capital — tem o direito de perguntar, de forma legítima e democrática:

Era essa a melhor escolha para agora?

Fonte: Popularmt1

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Cuiabá-MT 13/06/2025 18:20

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