A Câmara Municipal de Cuiabá enterrou mais uma tentativa de derrubar o prefeito Abílio Brunini (PL). Em sessão desta terça-feira (2), os vereadores rejeitaram, por ampla maioria, o requerimento que pedia a instauração de uma Comissão Processante contra o gestor.
Foram 25 votos contrários e apenas 2 favoráveis à abertura do processo, que poderia culminar em impeachment. Apenas os vereadores Dídimo Vovô (PSB) e Jeferson Siqueira (PSD) — ambos opositores declarados — votaram a favor da proposta apresentada pelo ex-vereador Robinson Cireia (PT) e pelo suplente Léo Rondon (PT).
A presidente da Câmara, Paula Calil (PL), anunciou o resultado:
“Declarado rejeitada a representação político-administrativa apenada por perda de mandato contra o senhor prefeito. Arquive-se.”
Prefeito provoca opositores
Após a votação, Abílio não poupou críticas aos adversários. Em tom provocativo, disparou nos corredores da Casa:
“O PT, o pessoal da esquerda, sempre vai ter esse posicionamento e a gente segue trabalhando. Se fosse um terceiro turno, perderiam de novo. A intenção deles é apenas chamar atenção. Não conseguiram fazer um bom trabalho enquanto eram vereadores. Foram esquecidos pela sociedade e agora tentam aparecer de qualquer forma.”
Denúncia contra Abílio
A acusação do PT se baseava em um episódio ocorrido em agosto, quando o prefeito publicou um vídeo nas redes sociais expondo estudantes da Escola Estadual Alice Fontes, questionando-os sobre “quanto é 4×4”. Os alunos não souberam responder, e a gravação gerou polêmica.
Segundo os denunciantes, Abílio teria violado o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), expondo menores de idade de forma inadequada.
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Robinson Cireia classificou a postura como “inaceitável diante da falta de responsabilidade e maturidade”.
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Já Léo Rondon acusou o prefeito de promover um verdadeiro “linchamento público” contra crianças.
Até mesmo o secretário de Estado de Educação, Allan Porto, se posicionou na época:
“Expor crianças dessa forma não é saudável. Foi uma fala infeliz do prefeito. Fomentar divisão dentro das escolas não faz sentido nenhum.”
Derrota política da oposição
O resultado na Câmara reforça o isolamento da oposição. Robinson, que foi vereador entre 2021 e 2024, não conseguiu a reeleição. Léo Rondon, candidato nas eleições de 2024, também não conquistou vaga. Agora, ambos tentaram protagonizar a denúncia contra Abílio — e acabaram derrotados por um placar esmagador.
Com a tentativa de impeachment arquivada, o prefeito sai fortalecido no embate político, enquanto seus opositores enfrentam mais um revés na tentativa de desgastar sua gestão.














