Em uma sessão acirrada nesta terça-feira (8), a Câmara Municipal de Cuiabá rejeitou, por 10 votos a 9, a instauração de uma nova comissão processante contra o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB). A proposta, apresentada pela vereadora Maysa Leão (Republicanos), tinha como objetivo investigar supostas condutas incompatíveis com a dignidade do cargo por parte do prefeito, mas acabou sendo rejeitada pela maioria dos parlamentares.
A sessão, marcada por discussões intensas, trouxe à tona o debate sobre a atuação do prefeito, que já foi alvo de mais de 20 operações policiais. O vereador Fellipe Corrêa (PL) criticou a gestão de Pinheiro, afirmando que “é impossível que um prefeito com tantas operações permaneça no cargo sem uma ação efetiva do Legislativo.”
Por outro lado, defensores do prefeito, como o vereador Renivaldo Nascimento (PSDB), questionaram as motivações por trás dos pedidos de abertura de comissões, sugerindo que esses movimentos têm sido utilizados como arma política. Ele destacou que as investigações devem ocorrer de forma imparcial e lamentou o uso pessoal dessas ações.
A vereadora Michelly Alencar (União) reforçou a necessidade de se dar uma resposta à população sobre os diversos escândalos que cercam a gestão de Pinheiro, enquanto o vereador Rogério Varanda (PSDB) criticou a oposição por, segundo ele, não apresentar soluções concretas para a cidade.
Votação e divisão na Câmara
A votação evidenciou a divisão entre os vereadores de Cuiabá. Entre os que se posicionaram a favor da abertura da comissão estavam Cezinha Nascimento (União), Demilson Nogueira (PP), Dilemário Alencar (União), Robinson Cireia (PT), Eduardo Magalhães (Republicanos), Fellipe Corrêa (PL), Alvaro Camargo (Cidadania), Michelly Alencar (União) e Lemes (PSD).
Por outro lado, os vereadores que rejeitaram a proposta foram: Rodrigo Arruda e Sá (PSDB), Adevair Cabral (SD), Dídimo Vovô (PSB), Sargento Vidal (MDB), Lilo Pinheiro (PP), Marcrean Santos (MDB), Marcus Brito Jr. (PV), Mario Nadaf (PV), Renivaldo Nascimento (PSDB) e Rogério Varanda (PSDB).
Reflexo nas tensões políticas
A rejeição de mais uma comissão processante reflete as tensões políticas na Câmara e a polarização em torno da gestão de Emanuel Pinheiro. Apesar de ser alvo de diversas investigações, o prefeito continua a contar com apoio de parte dos parlamentares, enquanto a oposição segue insistindo em sua responsabilização.
Essa decisão mostra que, no cenário político, nem sempre as melhores propostas ou a maior pressão pública garantem resultados. A política continua sendo um campo imprevisível, onde o apoio estratégico e alianças partidárias são determinantes para o desfecho de questões como essa.
E agora?
Com a rejeição da comissão, resta a dúvida: o que vem a seguir para a gestão de Emanuel Pinheiro? A oposição continuará sua busca por responsabilização, enquanto os aliados do prefeito devem seguir defendendo sua atuação. O cenário político de Cuiabá se mantém instável, e a população aguarda ansiosa pelos próximos capítulos.