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Câmara de Cuiabá vive crise institucional com denúncias de censura, racha político e desconfiança pública

A Câmara Municipal de Cuiabá vive um dos momentos mais turbulentos dos últimos anos. Sob o peso de denúncias graves, clima de tensão interna e questionamentos sobre a liberdade parlamentar, o Legislativo da capital está no centro de uma crise que mistura censura institucional, submissão ao Executivo e disputas de bastidores que vêm minando sua credibilidade diante da população.

Vereador denuncia censura pública em plenário

Durante a última sessão plenária, realizada nesta semana, o vereador Jeferson Siqueira (PSD) fez uma denúncia pública e direta contra a Secretaria de Comunicação (Secom) da Câmara de Cuiabá. Segundo o parlamentar, a pasta estaria bloqueando sistematicamente a divulgação de conteúdos dos vereadores de oposição, favorecendo apenas os aliados da base governista.

“A Secretaria de Comunicação virou um instrumento de censura. Estão filtrando nossas matérias, silenciando nossas ações e manipulando o que vai para o site da Câmara. Isso é inadmissível, é um ataque direto à democracia”, disparou o vereador.

Ainda em sua fala, Vereador Jeferson Siqueira afirmou que o atual secretário de Comunicação estaria subordinado politicamente ao Palácio Alencastro (Prefeitura de Cuiabá), e que a estrutura de comunicação da Casa, mantida com recursos públicos, não pode servir a interesses de grupo político algum.

“A Secom deve dar voz a todos, não apenas a quem agrada o Executivo. Isso é um desrespeito com a função pública e com o povo que representamos”, concluiu.

A denúncia, feita em plenário e registrada em vídeo, causou desconforto imediato entre os vereadores e já é considerada um marco na escalada de tensão institucional vivida na Casa.

“Milícia digital” e clima de repressão política

Nos bastidores, a denúncia de Jeferson Siqueira ganhou eco. Outros parlamentares, embora em off, confirmaram que ações comunicacionais têm sido filtradas ou editadas, reforçando a percepção de censura velada.

Expressões como “milícia digital” e “puxadinho da Prefeitura” têm sido usadas para descrever o atual ambiente legislativo, onde a oposição afirma estar sufocada, impedida de se manifestar e alijada da visibilidade institucional.

A denúncia pode, inclusive, desencadear uma investigação formal ou a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a atuação da Secom.

Entre a maquiagem institucional e a realidade das ruas

Enquanto a comunicação da Câmara tenta pintar um cenário de unidade, eficiência e avanços, a realidade da cidade é outra: serviços paralisados, falhas de gestão e demandas urgentes não atendidas. A imagem transmitida nas redes e nos canais oficiais não corresponde ao cotidiano vivido pelos cidadãos, o que acentua o descompasso entre a comunicação e os fatos.

A Câmara, ao invés de representar a pluralidade de vozes da cidade, vem sendo criticada por funcionar como extensão do Executivo municipal, desvirtuando seu papel de fiscalizador e legislador independente.

O risco de colapso institucional

A independência entre os Poderes é cláusula basilar da democracia. No entanto, em Cuiabá, os sinais de submissão da Câmara à Prefeitura são cada vez mais visíveis. Projetos aprovados sem debate, obstrução de falas da oposição, uso seletivo da comunicação institucional e, agora, denúncias formais de censura, colocam em xeque a credibilidade da Casa.

O que se vê é um Legislativo cada vez mais enfraquecido, desacreditado e afastado da população.

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Cuiabá-MT 17.12.2025 01:47

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