O Carnaval 2025 trouxe um novo cenário para os desfiles do Rio de Janeiro e São Paulo. Com uma forte presença das religiões de matriz africana, muitas escolas de samba apostaram em enredos exaltando orixás, entidades espirituais e personagens históricos ligados à cultura afro-brasileira. A escolha chamou a atenção do público e pegou muitos turistas de surpresa, levantando debates sobre a recepção dessas temáticas na maior festa popular do país.
Rio de Janeiro: Espiritualidade Afro em Destaque
No Grupo Especial do Rio, escolas como Unidos da Tijuca, Paraíso do Tuiuti e Vila Isabel mergulharam na ancestralidade africana. A Tijuca levou para a Avenida um enredo sobre Logun-Edé, divindade que transita entre a caça e a pesca, enquanto a Tuiuti inovou ao homenagear Xica Manicongo, reconhecida como a primeira mulher trans da história do Brasil.
Mas o que mais gerou repercussão foi o desfile da Vila Isabel, que trouxe o ator José Loreto caracterizado como Satanás na Avenida. A cena gerou reações diversas, desde aplausos até olhares desconfiados. O próprio Loreto admitiu que percebeu certa resistência por parte de alguns foliões, enquanto outros encararam a proposta com naturalidade.
A questão que fica é: até que ponto símbolos religiosos e representações tão carregadas de significado são bem aceitos pelo grande público?
São Paulo: O Resgate das Raízes Afro-Brasileiras
Já em São Paulo, escolas como Gaviões da Fiel, Barroca Zona Sul e Mancha Verde seguiram pelo mesmo caminho, trazendo enredos focados na cultura afro-brasileira, desde a resistência dos quilombos até a influência do Candomblé na formação da identidade nacional.
A grande presença dessas temáticas gerou debates entre os espectadores. Enquanto muitos elogiaram a valorização da cultura afro-brasileira, alguns turistas demonstraram surpresa e até desconforto diante de símbolos religiosos que não são tão familiares ao grande público. Isso levanta um questionamento: o Brasil realmente conhece e valoriza suas próprias raízes?
A Maior Festa Popular Está Mudando?
O Carnaval 2025 mostrou que as escolas de samba estão cada vez mais dispostas a levar mensagens profundas para a Avenida. Mas será que o público está preparado para essas abordagens? A festa continua sendo um espaço de celebração ou está se tornando palco para debates mais intensos?
E você, o que achou dos desfiles deste ano? Opine nos comentários! 🎭