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Caso Andreson Gonçalves: o peso da seletividade e o silêncio de quem também deveria responder

Por Alex Rabelo | MT Urgente News

O nome de Andreson de Oliveira Gonçalves voltou a ocupar espaço nos noticiários e nas conversas de bastidores em Mato Grosso. Acusado de atuar como lobista e intermediário em um suposto esquema de venda de sentenças, ele se tornou o principal alvo de um caso que expõe as fragilidades e contradições do sistema de Justiça.
Mas, entre tantas acusações, uma pergunta continua sem resposta:
por que apenas ele está sendo punido?

“Se ele não deu as sentenças, quem deu? E quem comprou?”

A investigação mostra que Andreson não tinha poder para conceder decisões judiciais.
Ele não “deu” sentenças — mas alguém deu.
E, se houve uma suposta venda, alguém comprou.
Essa é a pergunta que mais se repete entre juristas, advogados e pessoas próximas ao caso: quem são os outros envolvidos?

Documentos obtidos pela imprensa nacional revelam que o suposto esquema envolvia advogados, clientes e até servidores de gabinetes de instâncias superiores, que tinham acesso antecipado a minutas de decisões. Mesmo assim, só um nome se tornou público, sofreu punições e foi exposto de forma implacável: o de Andreson Gonçalves.

“Ele pode ter errado, mas não foi o único”

Em entrevista ao MT Urgente News, familiares de Andreson afirmam que vivem dias de sofrimento e perplexidade diante da seletividade da Justiça.

“Estamos destruídos. E ele está pagando sozinho por investigação da polícia federal que o próprio relator questiona.E pede que sejam conclusivos.
A Justiça precisa ser igual pra todos”, disse um parente.

Outro membro da família reforçou:

“Nem nós e nem ele fugimos de nada. Desde o começo, ele sempre colaborou com as investigações, nunca se negou a esclarecer nada. Ele quer mostrar a verdade, mas precisa ter condições de saúde pra isso.”

O desabafo vem acompanhado de indignação:

“Será que tudo isso é porque ele é preto? Porque o peso da mão da Justiça, nesse caso, parece ser só pra um lado.”

O lado humano que muitos ignoram

Os laudos médicos anexados ao processo comprovam que Andreson sofre de síndrome restritiva e disabsortiva, resultado de um procedimento bariátrico realizado há alguns anos.
A cirurgia, conhecida como bypass gástrico, altera o funcionamento do sistema digestivo, reduzindo a capacidade de absorção de nutrientes e exigindo alimentação especial e suplementação intravenosa periódica.

De acordo com os documentos, Andreson precisa receber vitaminas, aminoácidos e minerais a cada 15 dias, pois o organismo não consegue reter os nutrientes ingeridos de forma natural.
A falta desse tratamento pode causar anemia profunda, fraqueza extrema, depressão e até risco de morte.

Além da condição física, os laudos também apontam abalo psicológico grave, com sintomas de ansiedade e estresse pós-traumático, agravados pelos meses em regime fechado.
Os relatórios alertam que o retorno ao ambiente prisional representa risco real à integridade física e mental do paciente.

Doenças reais, não forjadas

Diferente do que alguns veículos chegaram a sugerir, os exames e relatórios médicos descartam qualquer simulação ou fingimento.
A chamada “greve de fome” atribuída a Andreson nunca foi um ato de rebeldia — mas sim consequência direta da incapacidade do organismo de absorver nutrientes após a cirurgia.
Trata-se de um quadro clínico complexo, que exige acompanhamento médico e suplementação constante para garantir a sobrevivência.

Quem responde e quem se cala

Enquanto Andreson enfrenta os processos, as dores e o peso de uma exposição pública devastadora, os nomes dos supostos beneficiados pelas sentenças permanecem em silêncio.
As investigações mostram que havia um sistema que não funcionava sozinho, mas até agora, apenas um personagem tem sido punido.

“Não buscamos impunidade. Queremos justiça — mas uma justiça completa, que alcance todos os lados”, disse uma das pessoas próximas à família.

Por trás do nome, uma história de dor e desigualdade

Por trás das manchetes e das acusações, existe um homem doente, uma família em sofrimento e uma pergunta que ecoa com força:
até quando a Justiça vai escolher a quem punir e a quem proteger?

O caso Andreson Gonçalves vai além das fronteiras do processo.
Ele se tornou um espelho incômodo de uma verdade que muitos evitam encarar: a Justiça brasileira ainda pesa de forma desigual — e, muitas vezes, escolhe o lado mais fraco para fazer exemplo.

📍Reportagem Especial – MT Urgente News
Por Alex Rabelo – Jornalista e Analista Político

Uma resposta

  1. Independente de opiniões pessoais, o que está acontecendo com o Andreson mostra o quanto a Justiça precisa agir com isenção e equilíbrio. Ele está respondendo às acusações, colaborou desde o início e enfrenta problemas sérios de saúde, que merecem ser respeitados.
    O que se pede não é privilégio, e sim igualdade: se há um suposto esquema, então todos os envolvidos devem ser investigados e responsabilizados da mesma forma, sem seletividade.
    Justiça verdadeira é aquela que alcança todos — não apenas o elo mais fraco. Que a lei seja aplicada com transparência, humanidade e imparcialidade.”

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Cuiabá-MT 14.12.2025 12:16

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