CUIABÁ – Cerca de 500 trabalhadores rurais, entre acampados e assentados de várias regiões de Mato Grosso, ocuparam a sede do Incra-MT nesta quarta-feira (9), no Centro Político Administrativo, em Cuiabá.
Organizados pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e pela CPT (Comissão Pastoral da Terra), o grupo cobra medidas urgentes para avançar com a reforma agrária no estado.
🗣 Segundo os manifestantes, a ocupação vai continuar até que ocorra uma audiência com o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira.
O que eles pedem:
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Destinação de terras públicas griladas para assentamentos;
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Garantia de recursos para desapropriação e compra de terras;
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Acesso à terra para as famílias acampadas;
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Condições reais de permanência no campo: com crédito, moradia e infraestrutura;
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Investimentos para produção de alimentos e geração de renda.
📢 Valdeir Souza, do MST, afirmou que Mato Grosso está ficando para trás na política nacional de reforma agrária, mesmo sendo um dos maiores estados produtores do país.
“Nossas pautas estão paradas no Incra-MT. O estado cresce com o agronegócio, mas esquece as famílias que esperam há 15, 20 anos por um pedaço de terra”, disse.
trabalhadores também denunciam a defasagem nos dados oficiais: enquanto o Incra-MT aponta 877 famílias cadastradas no programa “Terra da Gente”, o Cadastro Único (CadÚnico) revela que há mais de 5 mil famílias acampadas no estado.
Antes da ocupação, os manifestantes se reuniram na Praça Alencastro e seguiram em marcha até o prédio do Incra.
🕊 Segundo Luana Bianchin, da CPT-MT, a ocupação foi pacífica.
“Vamos permanecer aqui até termos uma resposta concreta. Nada de promessa vazia”, disse.
O ato faz parte do “Abril de Lutas”, a Jornada Nacional em Defesa da Reforma Agrária, criada após o Massacre de Eldorado dos Carajás (PA), em 1996, que deixou 21 trabalhadores mortos.
⚠️ Além do Incra, os trabalhadores também cobram ações do Intermat, da Seaf-MT e da Empaer-MT, que segundo eles, precisam cumprir seu papel de apoiar quem vive e produz no campo.
A reportagem tentou contato com o Incra-MT, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria.