Após decisão da Justiça, vereador retorna ao cargo, critica prefeito e fala sobre investigações e futuro político.
De volta à Câmara Municipal de Cuiabá nesta quinta-feira (4), o vereador Chico 2000 (PL) afirmou que “nunca teve uma relação cordial” com o prefeito Abilio Brunini (PL). O prefeito foi o autor da denúncia que resultou no afastamento do parlamentar, investigado em suposto esquema de propina que também envolve o vereador Sargento Joelson (PSB).
A grande dúvida agora é: como será a convivência daqui pra frente? Será possível esquecer tudo o que aconteceu?
Relação com Abilio
Em entrevista, Chico não poupou críticas e reforçou que jamais teve proximidade com o gestor da Capital.
“Todos sabem que a relação entre o vereador Chico 2000 e o prefeito Abilio nunca foi cordial. Os momentos que houveram entre cordialidades entre nós, estes partiram de mim. O momento de hastear bandeira branca, este hasteamento foi feito por mim. Nunca houve qualquer ato nesse sentido partindo do Abilio”, afirmou.
O parlamentar relembrou ainda um episódio do período em que presidia a Câmara, quando Abilio, à época vereador cassado, teria pedido ajuda em um processo no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
“Quem desistiu de uma ação que o deixaria inelegível no STJ, fui eu, a pedido dele. Ele esteve na presidência com lágrimas nos olhos e me pediu. Eu não queria ser pivô de prejudicar ninguém”, relatou.
Postura no Legislativo
Apesar das críticas pessoais, Chico evitou se declarar oposição direta ao prefeito. Disse que analisará com rigor cada projeto enviado pelo Executivo.
“Nunca fui oposição, sempre ajudei Cuiabá. Mas agora, é natural que eu vou analisar muito bem as mensagens do Executivo que vierem para essa Casa. Se eu entender que são positivas, terão meu voto, caso contrário, não”, afirmou.
Investigações
Chico também comentou sobre seu afastamento e as investigações.
“De forma surpresa, quando bateram na minha porta, reviraram o que quiseram e não encontraram nada. Mais um absurdo, um ato de pirotecnia”, disse, ao classificar a operação da Polícia Civil.
Ele e o vereador Sargento Joelson foram afastados em abril, no âmbito da Operação Perfídia, que apura suposto esquema de propinas no Legislativo para aprovação de projetos que viabilizavam o pagamento de dívidas da Prefeitura à empresa HB Construções, responsável pela obra do Contorno Leste.
Segundo a investigação da Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor), os repasses variavam entre R$ 25 mil e R$ 50 mil semanais. Conversas e áudios anexados ao inquérito indicam que Joelson teria citado, ainda que de forma indireta, o envolvimento de Chico 2000, então presidente da Casa, no esquema.
Situação no PL
Outro ponto sensível é a permanência de Chico no PL. Nos bastidores, circula a informação de que o vereador estaria isolado na legenda e já teria uma carta de liberação partidária.
“Continuo filiado no PL, tenho uma carta de liberação do partido. Agora, o momento da saída é meu, não do Partido Liberal. Estou na sigla há mais de 22 anos, quando a grande maioria está há 1 ano. Não me sinto pressionado a sair de jeito nenhum”, declarou.














