Declaração de Abilio sobre parklet reacende debate sobre segurança e mobilidade urbana na Praça Popular

Após um acidente ocorrido no último fim de semana na Praça Popular, em Cuiabá, envolvendo um veículo que atingiu um deck (chamado tecnicamente de parklet) instalado em frente a um restaurante, a Prefeitura foi cobrada por internautas quanto à legalidade da estrutura.

Em resposta, o prefeito Abilio Brunini (PL) se manifestou nas redes sociais. Em comentário, ele declarou:

“Isso é um Parklet, devidamente licenciado e segue a lei municipal. Este trecho é estacionamento e Parklet ocupa uma vaga de estacionamento. O licenciamento deste equipamento foi feito antes de eu assumir, e a lei está em vigor.”

A fala do prefeito, embora esclareça a origem da autorização, gerou novos questionamentos sobre o impacto da estrutura no trânsito da região e sobre a possibilidade de sua remoção pelo poder público atual.

O que é um parklet?

Parklets são extensões da calçada instaladas sobre vagas de estacionamento público, geralmente com uso voltado ao lazer ou ao atendimento de bares e restaurantes. Embora a iniciativa seja privada, o espaço é considerado de uso público e precisa ser autorizado por meio de processo administrativo com base em lei municipal.

A permanência é definitiva?

Não. Mesmo com autorização anterior, o parklet é instalado sob a figura jurídica de permissão de uso precária. Ou seja, trata-se de um uso temporário, revogável a qualquer momento pela Prefeitura, sem necessidade de decisão judicial ou indenização.

A Constituição Federal e o direito administrativo brasileiro garantem que bens públicos não podem ser apropriados de forma definitiva por particulares. A revogação de uma permissão pode ocorrer por diversos motivos, como:

  • Interesse público;

  • Risco à segurança;

  • Impacto negativo à mobilidade;

  • Reclamações da população.

Assim, o prefeito Abilio Brunini tem total autonomia legal para revogar a permissão concedida por gestões anteriores, caso identifique prejuízos à coletividade.

Trânsito comprometido

Localizada em uma das áreas de maior fluxo de pessoas e veículos da capital, a Praça Popular sofre, principalmente nos fins de semana, com engarrafamentos, estacionamento irregular e circulação dificultada. A instalação de um deck sobre uma vaga de estacionamento, avançando parcialmente sobre o leito da via, reduz ainda mais o espaço disponível para manobras e circulação, representando risco tanto para motoristas quanto para pedestres.

O acidente ocorrido recentemente, embora causado por conduta imprudente do condutor, revelou a vulnerabilidade de pedestres expostos à pista em uma área já congestionada.

E se mais comércios aderirem?

O debate se estende a uma questão mais ampla: o impacto da multiplicação de parklets em uma mesma via. Se outros estabelecimentos também solicitarem permissões semelhantes, a avenida poderá se transformar em um espaço fragmentado, com menos vagas, pistas estreitas e maior risco de acidentes.

A responsabilidade é do prefeito

A legislação permite, sim, a instalação de parklets, desde que observados critérios técnicos e legais. Mas também permite — e até exige — que o poder público reavalie o uso do espaço urbano sempre que houver comprometimento do interesse coletivo.

Diante da situação atual, fica o questionamento:

É prudente manter estruturas como essa em vias movimentadas? Ou seria mais adequado revogar a permissão para garantir maior segurança e fluidez no trânsito urbano?

A resposta, agora, está nas mãos da gestão municipal.

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Cuiabá-MT 12/06/2025 08:49

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