O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro (PSD), vai reassumir temporariamente sua cadeira no Senado Federal para participar da votação da PEC da Blindagem, já aprovada pela Câmara dos Deputados e agora em análise pelos senadores.
A proposta amplia o foro privilegiado para parlamentares, estabelecendo que deputados e senadores só poderão ser investigados ou presos com autorização prévia do Legislativo, mediante votação secreta. A medida tem sido duramente criticada por diferentes setores da sociedade e também por parte dos próprios parlamentares.
Fávaro não escondeu sua indignação e classificou o projeto como um retrocesso:
“Acho que a Câmara perdeu a vergonha com essa proposta. Muitos dos deputados que votaram a favor desse absurdo foram os mesmos que, no passado, organizavam manifestações defendendo a Ficha Limpa e criticavam o foro privilegiado”, afirmou.
Estratégia do governo
Além de Fávaro, outros ministros com mandato de senador também devem retornar ao Congresso para reforçar a base contra a aprovação da PEC. Um deles é o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, que já anunciou que pedirá licença da pasta para votar.
A participação desses ministros-senadores faz parte da estratégia do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que busca evitar a aprovação do texto como saiu da Câmara. Uma alternativa em discussão, proposta pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI), restringiria a blindagem apenas a crimes de opinião, mas ainda divide os parlamentares.
Resistência no Senado
O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Otto Alencar (PSD-BA), pretende colocar a PEC em votação na próxima quarta-feira (24). O clima é de forte debate, já que a proposta enfrenta grande resistência.
Em Mato Grosso, a bancada está dividida: enquanto Fávaro e a senadora Margareth Buzetti (PP) se posicionam contra, o senador Wellington Fagundes (PL) já declarou apoio à medida.














