O bolso do motorista cuiabano voltou a sentir o impacto dos combustíveis. Na última semana, o litro da gasolina subiu até R$ 0,20 na Capital, alta de 3,19% em relação ao período anterior, chegando ao valor máximo de R$ 6,39.

O aumento acontece pouco depois do reajuste registrado no fim de julho, quando o preço subiu R$ 0,14 (2,27%), passando de R$ 6,15 para R$ 6,29. No início de agosto, ainda era possível encontrar gasolina a R$ 6,19 em alguns postos.

O etanol também seguiu a tendência de alta no varejo. O litro passou de R$ 3,99 para R$ 4,19, um aumento de 5% (R$ 0,20), segundo dados do Cepea/Esalq, Agência Nacional do Petróleo (ANP) e Nota MT da Sefaz-MT. A alta vai na contramão do que acontece nas usinas mato-grossenses, onde o preço do etanol hidratado caiu pela quinta semana consecutiva, de R$ 3,27 para R$ 3,20.

📊 Margens em disparada
De acordo com o economista Emanuel Daubian, entre janeiro de 2021 e junho de 2025, as margens médias de lucro das revendas de combustíveis aumentaram muito acima da inflação: 97% na gasolina, 89% no diesel e 58% no gás de cozinha, enquanto o IPCA acumulou apenas 31% no período. Só em 2025, até junho, a margem da gasolina subiu 13% e a do diesel 32%, frente a 2,99% de inflação.

Para Daubian, esse avanço pode estar ligado ao aumento da fiscalização, que identificou sonegação, adulteração e fraudes no mercado, elevando os custos das empresas e incentivando reajustes para compensação. Ele classifica as margens como “abusivas” e cobra atuação mais firme do Procon e do Ministério Público.

“O consumidor não tem alternativa: precisa abastecer e comprar gás, produtos sem substitutos”, reforçou o economista.

O Sindipetróleo esclareceu que não interfere na formação dos preços nos postos, apenas acompanha indicadores de mercado.

Enquanto nas bombas os números sobem, a pergunta que fica para o consumidor é: por que o preço cai na origem, mas não no abastecimento final?