A pré-candidatura do senador Wellington Fagundes (PL) ao Palácio Paiaguás em 2026 enfrenta cada vez mais sinais de isolamento dentro do próprio partido. A direção nacional do PL, liderada por Valdemar Costa Neto, já indicou preferência por apoiar uma composição com o governador Mauro Mendes (União Brasil) e o deputado federal José Medeiros (PL), deixando Fagundes em segundo plano.
Segundo aliados, a decisão teria respaldo do ex-presidente Jair Bolsonaro, que vê Mauro e Medeiros como nomes estratégicos para a disputa majoritária. Na prática, isso inviabilizaria o espaço do senador na chapa e abre caminho para que o grupo bolsonarista apoie também o vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos) como sucessor de Mendes.
Insatisfação e isolamento
Nos bastidores, comenta-se que Fagundes recebeu a notícia com indignação e perplexidade. Para interlocutores, a pressa em lançar sua pré-candidatura foi uma tentativa de ocupar espaço e ganhar visibilidade antes dos concorrentes. No entanto, a falta de apoio interno, de alianças estratégicas e de densidade eleitoral tem deixado sua caminhada cada vez mais solitária.
Mesmo em sua base, Rondonópolis, o senador enfrenta dificuldades de consolidar apoio popular. Vale lembrar que já tentou disputar a prefeitura do município em 2000 e 2004, sem sucesso.
O risco de uma candidatura isolada
Especialistas avaliam que, sem palanques fortes e sem musculatura política, a pré-candidatura de Wellington Fagundes tende a se tornar mais um movimento de visibilidade e barganha do que um projeto real de poder. Antecipar a corrida pode garantir manchetes, mas transformar essa exposição em votos efetivos será um desafio enorme.
A possibilidade de o PL ficar neutro em Mato Grosso também é ventilada, já que a prioridade nacional seria preservar a unidade em torno de nomes ligados diretamente a Bolsonaro.
Análise
A decisão do senador de se lançar ao Governo pode até lhe render projeção momentânea, mas o cenário mostra mais fragilidade do que potencial. Se não construir alianças sólidas e ampliar sua base de apoio, corre o risco de ter sua pré-candidatura lembrada apenas como uma largada precipitada e isolada.
Na política, tudo é questão de momento. E, como lembram analistas, o momento de maior força de Wellington Fagundes foi no início dos anos 2000. Hoje, o jogo parece bem mais difícil para o senador rondonopolitano.














