Com convites de Kassab e sinais de insatisfação no União Brasil, senador pode redefinir o tabuleiro político em 2026
Por Alex Rabelo | Da Redação
Sem espaço confortável no União Brasil e com um histórico de peso na política mato-grossense, o senador Jayme Campos (MT) dá passos firmes em direção ao PSD, partido comandado no Estado pelo ministro Carlos Fávaro e presidido nacionalmente por Gilberto Kassab.
Fontes próximas confirmam que Kassab já formalizou convite para que Jayme assuma não apenas a filiação, mas também a condição de pré-candidato ao Governo de Mato Grosso pelo PSD — uma movimentação que promete abalar o eixo político montado pelo governador Mauro Mendes.
🔹 O Jogo Virou: de aliado a peça-chave
O experiente Jayme Campos, com trajetória que inclui Prefeitura de Várzea Grande, Governo do Estado e dois mandatos no Senado, parece adotar uma estratégia conhecida nos bastidores: “posso não ganhar, mas o seu também não ganha”.
A frase reflete o clima nos bastidores — caso Mauro Mendes insista em lançar seu próprio sucessor, o embate interno poderá dividir forças e abrir espaço para uma surpresa eleitoral, seja com o PL de Wellington Fagundes, seja com um nome novo apoiado por Kassab e Fávaro.
🔹 Sinal de força em Várzea Grande
O termômetro político virá no dia 24, em Várzea Grande, reduto histórico de Jayme. Ao lado do ministro Fávaro, o senador entregará maquinários agrícolas e equipamentos a 41 prefeituras de Mato Grosso, em um grande ato institucional financiado por emendas parlamentares.
Além do impacto econômico — as entregas incluem escavadeiras, motoniveladoras e tratores avaliados entre R$ 700 mil e R$ 1,2 milhão —, o evento será um recado político direto: Jayme mantém base, prestígio e poder de mobilização.
🔹 Ruídos no União Brasil
O distanciamento entre Jayme e Mauro Mendes já não é segredo. Nas últimas reuniões do União Brasil, o governador evitou encontros com lideranças históricas do partido, como Júlio Campos e Dilmar Dal’Bosco, acentuando a crise interna.
Jayme, por sua vez, mantém o discurso público de lealdade, mas constrói discretamente uma alternativa sólida com apoio do PSD e simpatia de prefeitos e vereadores de todas as regiões do Estado.
🔹 Kassab observa, Fávaro articula
O movimento do PSD é calculado. Kassab enxerga em Jayme um nome capaz de unir forças regionais e oferecer um palanque independente para 2026 — nem alinhado ao bolsonarismo do PL, nem totalmente atrelado ao PT de Lula.
Fávaro, ministro e senador licenciado, reforça a aproximação: recebeu Jayme em churrascos e reuniões em Cuiabá e, segundo interlocutores, apoia integralmente sua entrada no partido.
🔹 Um veterano que ainda assusta
Desde 1982, quando se elegeu prefeito de Várzea Grande, Jayme Campos coleciona vitórias e recuos estratégicos. Em 1990, foi eleito governador de Mato Grosso com vitória em todas as cidades do Estado — feito repetido apenas por Blairo Maggi e Mauro Mendes, mas em suas reeleições.
Mesmo aos 70 anos, Jayme mantém o mesmo estilo: fala direta, articulação discreta e forte influência nos bastidores.
Entre aliados, a leitura é simples: “Se ele resolver entrar no jogo, muda tudo.”














