Presidente brasileiro participa de reuniões na Indonésia e na Malásia; encontro com o líder americano depende apenas de alinhamento de agendas.
Por Alex Rabelo – Jornalista | MT Urgente News
Publicado em 21 de outubro de 2025
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarca nesta terça-feira (21) para uma viagem oficial à Indonésia e à Malásia, onde participará da Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).
A visita, que deve durar uma semana, tem como foco o fortalecimento das relações comerciais e diplomáticas com países asiáticos, mas ganhou destaque internacional pela possibilidade de um encontro entre Lula e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Lula e Trump: encontro em negociação
Segundo fontes do Palácio do Planalto, há disposição de ambas as partes para que a reunião bilateral aconteça ainda durante a cúpula, em Kuala Lumpur, na Malásia.
Diplomatas brasileiros e americanos trabalham nos bastidores para encaixar o encontro nas agendas oficiais. Caso se confirme, será a primeira reunião presencial entre os dois líderes desde o início da crise do “tarifaço”, imposta por Trump sobre produtos brasileiros.
Os presidentes conversaram por telefone no início de outubro, em uma ligação de cerca de 30 minutos, e se encontraram brevemente em setembro, nos corredores da Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Na ocasião, Trump afirmou ter tido “uma excelente química com Lula”, a quem descreveu como “um cara agradável”.
Relação em reconstrução
No Palácio do Planalto, a avaliação é de que um eventual encontro entre Lula e Trump pode marcar um recomeço nas relações bilaterais, elevando o diálogo a “um novo patamar diplomático”.
O clima entre os dois países melhorou após a reunião entre o chanceler brasileiro Mauro Vieira e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, considerada “produtiva e amistosa”.
“Há um entendimento mútuo de que é hora de reorganizar a relação e superar o período de tensão comercial”, afirmou uma fonte diplomática.
O impasse do “tarifaço”
Em julho deste ano, Donald Trump anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos.
A medida, segundo ele, foi uma “resposta política” à forma como o Brasil lidou com o ex-presidente Jair Bolsonaro e às críticas feitas por aliados brasileiros à nova administração americana.
Desde então, o governo brasileiro vem tentando reverter as tarifas.
Durante o telefonema em outubro, Lula pediu pessoalmente que Trump revogasse o tarifaço, apelo que deve ser reforçado em um possível encontro presencial.
A equipe de Lula quer aproveitar o diálogo para tratar de temas comerciais e ambientais, além de discutir as sanções impostas a autoridades brasileiras e as tensões na América do Sul, especialmente com Venezuela e Colômbia.
O presidente brasileiro, no entanto, mantém posição contrária a qualquer tipo de intervenção militar na região.
“A América do Sul deve ser uma zona de paz”, tem repetido Lula.
A agenda oficial: Indonésia e Malásia
A viagem presidencial terá início na quarta-feira (22), com desembarque em Jacarta, capital da Indonésia.
No dia seguinte (23), Lula participa de um encontro com empresários asiáticos e, na sexta (24), visita a sede da ASEAN.
No sábado (25), o presidente segue para Kuala Lumpur, na Malásia, onde cumprirá agenda de reuniões bilaterais e assinatura de atos oficiais.
A Cúpula da ASEAN acontece no domingo (26), quando Lula deve participar da abertura do evento, de rodadas empresariais e de uma reunião com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi.
Foi justamente nesse dia que o Itamaraty reservou espaço na agenda de Lula para um possível encontro com Donald Trump.
“Há disponibilidade de horário e disposição política. Agora, é questão de acertar o momento certo”, disse o embaixador Everton Frask Lucero, diretor do Departamento de Índia, Sul e Sudeste Asiático.
O que está em jogo
Analistas políticos avaliam que o encontro entre Lula e Trump, se confirmado, poderá redefinir a diplomacia entre Brasil e Estados Unidos, sobretudo no campo econômico e comercial.
Além de buscar o fim das tarifas, Lula tenta reaproximar o Brasil da esfera global, equilibrando relações com os Estados Unidos, China e países do Sudeste Asiático, reforçando o papel do país como potência de diálogo no cenário internacional.
“A viagem à Ásia é estratégica. O encontro com Trump, se ocorrer, será o ponto alto e um teste de diplomacia para Lula”, avalia um analista ouvido pelo MT Urgente News.
Resumo da viagem de Lula à Ásia:
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🗓️ 21 a 27 de outubro de 2025
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🌏 Países: Indonésia e Malásia
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🎯 Objetivos: Fortalecer relações comerciais com países asiáticos e reabrir diálogo com os EUA
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🤝 Encontros previstos: Narendra Modi (Índia) e possível reunião com Donald Trump (EUA)
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💼 Temas centrais: Tarifaço, comércio bilateral, estabilidade política e defesa da “zona de paz” na América do Sul














