📍 Estado ultrapassa a marca de mil km² de floresta destruída e preocupa ambientalistas. Propriedades privadas concentram a maior parte da devastação.
O desmatamento na Amazônia mato-grossense disparou no primeiro semestre de 2025. Segundo dados do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Mato Grosso registrou um aumento de 141% na área desmatada, comparado ao mesmo período de 2024.
Foram 1.092 km² de floresta derrubada entre janeiro e junho — o equivalente a 152 mil campos de futebol.
Considerando todos os estados que fazem parte da Amazônia Legal, o desmatamento no bioma cresceu 27%, com Mato Grosso liderando o ranking nacional.
Onde está acontecendo o desmatamento?
De acordo com o portal Terra Brasilis, entre 1º e 27 de junho:
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43,5% do desmatamento ocorreu em propriedades privadas;
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21,4% em áreas sem registro fundiário;
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17,5% em Florestas Públicas Não Destinadas.
No acumulado do semestre, as propriedades privadas foram responsáveis por 795 km² de floresta destruída, o que representa um aumento de 81% em relação aos 439 km² registrados no mesmo período do ano passado.
⚠️ Pressões políticas e mudanças na lei podem estar por trás da alta
Especialistas apontam que o aumento pode estar relacionado à expectativa de mudanças na legislação ambiental e ao enfraquecimento da Moratória da Soja — acordo firmado em 2006 que proíbe a comercialização de soja cultivada em áreas desmatadas após 2008.
Mesmo com a moratória, a área plantada de soja cresceu 344% entre 2009 e 2022, enquanto o desmatamento caiu 69% nos municípios monitorados. Agora, o acordo enfrenta pressões políticas e jurídicas. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) investiga se o pacto configura prática anticompetitiva, podendo levar à sua suspensão.
Além disso, leis estaduais em Mato Grosso restringem benefícios a empresas que seguem compromissos ambientais superiores ao exigido em lei — o que, na prática, pode desestimular ações voluntárias de conservação.
“PL da Devastação” também preocupa
Outro ponto de alerta é o avanço do Projeto de Lei 2159/2021, apelidado por ambientalistas de “PL da Devastação”, que propõe:
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Dispensa de licenciamento ambiental para atividades agropecuárias;
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Criação da Licença por Adesão e Compromisso (LAC), que permite autolicenciamento sem análise prévia dos impactos;
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Redução da atuação de órgãos como Funai, Ibama e ICMBio nos processos de licenciamento.
Para ambientalistas, essas mudanças podem abrir caminho para o avanço descontrolado do desmatamento, especialmente em estados como Mato Grosso, que já lidera o ranking de destruição da floresta.
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