O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), fez um alerta contundente nesta quarta-feira (9) ao defender cautela e estratégia na resposta do Brasil à ameaça do presidente americano Donald Trump, que propôs uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.
Em meio à tensão comercial crescente, Mendes alertou que uma retaliação imediata do Brasil — como indicou o presidente Lula — pode gerar um efeito dominó com consequências devastadoras para a economia nacional. “Não adianta dobrar a aposta, porque ele dobra do outro lado. E ele é muito grande. Ele consegue fazer isso”, advertiu.
A fala surge em resposta à declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que prometeu adotar o princípio da reciprocidade e aplicar a mesma tarifa aos produtos dos EUA. Mendes, porém, pediu prudência:
“Essa disputa pode custar muito caro ao Brasil. Somos um país altamente dependente das exportações e importações. Um passo em falso pode desequilibrar nossa balança comercial e agravar ainda mais a crise fiscal”, alertou o governador.
Risco de recessão e queda na arrecadação
O governador lembrou que as contas públicas federais já enfrentam dificuldades sérias, e que uma eventual guerra comercial pode derrubar exportações, prejudicar o agronegócio e causar reflexos em toda a cadeia produtiva nacional.
“Imagine um cenário com queda de exportações, dólar disparando e perdas bilionárias no setor produtivo. Estamos falando de riscos reais de recessão, desemprego e rombo fiscal”, afirmou Mendes.
Ele também condenou o viés político que permeia o embate entre os dois líderes e reforçou que decisões econômicas precisam ser tomadas com base em estratégia e responsabilidade — não em impulsos ideológicos.
“Lula tem que pensar no Brasil, não em marcar posição política contra Trump. Essa briga ideológica não ajuda o país. Precisamos proteger nossos interesses com inteligência, não com provocação”, disse.
Mauro Mendes ainda reforçou que o Brasil deve manter o foco em negociar e evitar o confronto direto, pois “as consequências de um erro agora podem custar anos de recuperação econômica”.














