O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), fez uma declaração que chamou atenção durante um evento no Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), na última sexta-feira (15). O chefe do Paiaguás elogiou a China como exemplo de eficiência em gestão pública e chegou a afirmar que o país asiático é um dos lugares onde encontrou maior liberdade, contrariando a visão defendida por setores da direita.
“Eu fui lá, falam que é um país comunista, mas nunca vi uma liberdade absoluta como a de lá. Um chinês me disse: ‘Quem tem mais liberdade? Vocês no Brasil ou nós aqui?’ E completou: ‘Aqui na China, você pode colocar um saco de dinheiro na cabeça, andar por qualquer rua, qualquer bairro, qualquer cidade, e ninguém vai colocar a mão em você’”, relatou Mendes.
Segurança e eficiência como exemplos
O governador destacou que, diferentemente do Brasil, na China não se vê crimes como furtos de celulares. Para ele, essa realidade reflete uma sociedade organizada e eficiente.
“Quem tem mais liberdade? Eles na China ou nós no Brasil?”, questionou.
Mendes afirmou ainda que outros países, como Singapura, Japão e algumas nações do Oriente Médio, também souberam construir sociedades melhores. Ele citou como exemplo sua recente viagem a Tóquio, onde não há lixeiras nas ruas.
“Lá, todo mundo entende que o lixo é um problema individual, e não coletivo. Aqui, ainda lutamos para ensinar a população a jogar o lixo dentro da lixeira”, comparou.
Repercussão política
A fala de Mauro Mendes ocorre em um momento de aproximação do governador com o bolsonarismo, setor político que tem como um de seus principais inimigos históricos o chamado “fantasma do comunismo”.
A direita e extrema-direita frequentemente usam a China como exemplo de regime autoritário e acusam o governo Lula (PT) de se alinhar excessivamente ao país asiático. Atualmente, bolsonaristas afirmam que esse seria o motivo da taxação de 50% sobre produtos brasileiros, e não as tensões diplomáticas provocadas pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que teria feito lobby nos EUA para interferir na política brasileira em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu por tentar articular um golpe de Estado.














