Governador de Mato Grosso criticou as declarações de Eduardo e afirmou que ele está enfraquecendo o campo político ao atacar até o próprio pai
O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), respondeu nesta segunda-feira (10) às declarações do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que o havia chamado de “frouxo” e “covarde” durante o fim de semana. Em entrevista concedida à Jovem Pan, direto de Belém (PA), onde participa da COP30, Mendes fez duras críticas ao parlamentar e o acusou de dividir a direita brasileira enquanto vive fora do país.
“Ele tem que parar de ficar nos Estados Unidos falando merda, dividindo a direita. Quando ele faz tudo isso, criticando até o próprio pai, ele está enfraquecendo o nosso campo político”, afirmou o governador.
A resposta de Mendes veio após uma sequência de publicações de Eduardo Bolsonaro nas redes sociais, nas quais o deputado chamou o governador de “frouxo” por, supostamente, não defender com mais veemência o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no debate sobre a anistia dos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023.
“Como pode um filho chamar o pai de ingrato?”, questiona Mendes
Durante a entrevista, Mauro Mendes citou ainda um áudio que circulou na imprensa, no qual Eduardo Bolsonaro teria chamado o pai de “ingrato”. O governador classificou o episódio como lamentável e reforçou que a postura do deputado enfraquece o movimento político que o próprio Bolsonaro ajudou a construir.
“Meu Deus, como pode um filho chamar o pai de ingrato? Se os nossos pais nos dão a vida e cuidam de nós desde pequenos, se ele é alguma coisa hoje, deve isso a Jair Messias Bolsonaro. Não dá pra admitir um negócio desse”, disse Mendes, demonstrando indignação.
Governador desafia Eduardo a voltar ao Brasil
Mauro Mendes também rebateu o ‘desafio’ feito por Eduardo Bolsonaro nas redes sociais e disse estar disposto a atuar em defesa da anistia dos condenados pelos atos de 8 de janeiro — desde que o parlamentar retorne ao Brasil e participe ativamente da articulação política.
“Eduardo, o que eu fiz, estou fazendo e farei pelo seu pai é pelo bem dele e pelo bem do Brasil. Se você quer me ajudar, venha pro Brasil. Vamos andar dez dias no Congresso Nacional pedindo voto pela anistia, para resolver esse problema dele e de todos aqueles brasileiros que foram injustamente condenados. Agora, dos Estados Unidos, meu amigo, não dá”, declarou.
Tensão dentro do campo bolsonarista
As trocas de farpas entre Mauro Mendes e Eduardo Bolsonaro refletem as divisões internas que vêm se intensificando dentro da direita brasileira. Embora o governador mato-grossense seja um dos poucos líderes regionais que mantém diálogo com diferentes alas políticas, ele tem sido criticado por apoiadores mais radicais de Bolsonaro, que o acusam de “moderar” o discurso.
Por outro lado, aliados de Mendes afirmam que o governador busca preservar a governabilidade e a imagem institucional de Mato Grosso, evitando confrontos desnecessários e priorizando o desenvolvimento econômico do estado.
A fala do governador, feita durante a COP30, também chama atenção pelo cenário simbólico: um líder de direita, presente em um evento global sobre meio ambiente, respondendo a ataques internos de seu próprio campo político — o que reforça a fragmentação da direita brasileira em um momento pré-eleitoral.
Entenda o contexto
A polêmica teve início após Eduardo Bolsonaro cobrar publicamente que governadores e parlamentares aliados do ex-presidente defendessem a anistia dos presos pelos atos de 8 de janeiro, que resultaram em depredações nas sedes dos Três Poderes, em Brasília.
Mauro Mendes, que já se manifestou em defesa de uma solução jurídica equilibrada, evitou adotar um tom de confronto, o que irritou parte do bolsonarismo mais radical.
As declarações cruzadas reacendem o debate sobre os rumos da direita no Brasil, a relação entre os novos e antigos aliados do ex-presidente e o papel das lideranças regionais nas eleições que se aproximam.
📰 Por Alex Rabelo
MT Urgente News














