Presidente da Assembleia reage à extinção da Metamat e alerta para avanço de garimpos ilegais e omissão estatal
O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, deputado Max Russi (PSB), levantou um forte alerta sobre o desmonte das políticas públicas voltadas à mineração no estado. A crítica veio após a decisão do governador Mauro Mendes (União) de extinguir a Companhia Mato-grossense de Mineração (Metamat), transferindo a pauta mineral para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec).
“Não concordei lá atrás e continuo sem concordar. Esse setor precisa ser fortalecido e não tratado de forma discriminatória como está acontecendo”, disparou Max Russi, ao comentar a nova estrutura da Sedec, que hoje abriga a área apenas como uma adjunta.
Setor com potencial gigantesco, mas abandonado
O parlamentar destacou que a mineração em Mato Grosso tem um potencial de crescimento tão expressivo quanto o agronegócio, mas sofre com falta de investimentos, desorganização institucional e ausência de políticas públicas consistentes.
“Queremos explicações sobre o uso das taxas de arrecadação e o que foi feito nos últimos anos. O trabalho da Sedec nesse setor foi mal conduzido, mal feito. Vamos abrir esse debate de forma séria com toda a sociedade”, afirmou.
Omissão favorece ilegalidade e violência
Durante entrevista, Max Russi também apontou os riscos que a falta de presença do Estado tem gerado: avanço de garimpos ilegais, atuação de facções criminosas e conflitos armados em áreas de exploração mineral.
“A presença da Polícia Federal e da Polícia Militar nos garimpos clandestinos é fundamental. Quem atua na ilegalidade precisa ser retirado, porque prejudica quem trabalha certo”, reforçou.
📍A Terra Indígena Sararé, entre Conquista D’Oeste, Nova Lacerda e Vila Bela da Santíssima Trindade, lidera o ranking nacional de invasões garimpeiras ilegais, com cerca de 5 mil garimpeiros atuando na região. Relatos de conflitos e assassinatos também são recorrentes, especialmente em Pontes e Lacerda.
“Quem é ilegal, não é garimpeiro, é bandido”, sentenciou Max Russi, ao defender os empreendimentos regulares do setor.
Governo defende decisão, mas ALMT promete resposta firme
Apesar das críticas, o secretário César Miranda defendeu a extinção da Metamat, alegando que a decisão foi respaldada por lei aprovada pela própria Assembleia em 2019. “Tentamos de tudo. Chegamos à conclusão de que a secretaria tem estrutura para gerir a política mineral”, disse Miranda.
Max Russi, no entanto, reafirmou o compromisso da Assembleia Legislativa com o setor. “Essa discussão será feita com profundidade. A mineração não pode ser invisibilizada. Precisamos construir uma política mineral que valorize o desenvolvimento sustentável, respeite o meio ambiente e dê segurança jurídica e institucional para quem quer produzir corretamente”, finalizou.














