O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), deputado Max Russi (PSB), fez um pronunciamento contundente durante a sessão desta quarta-feira (8), cobrando da Energisa Mato Grosso ações imediatas para garantir qualidade no fornecimento de energia elétrica nos municípios de Dom Aquino e Juscimeira.

Segundo o parlamentar, as duas cidades enfrentam um cenário crítico de instabilidade elétrica, com quedas constantes, oscilações de tensão e prejuízos diários para moradores, comerciantes e produtores rurais.

“Em Dom Aquino, a situação é especialmente preocupante. O município está prestes a inaugurar o terminal ferroviário — um projeto que ajudamos a construir e que representa um marco para o desenvolvimento regional. Mas, como atrair indústrias e investimentos se nem energia de qualidade chega ao local? É inaceitável”, afirmou Max Russi.

Energia precária trava o desenvolvimento

Em Juscimeira, a situação é semelhante. O prefeito Alexandre Russi relatou ao deputado diversas reclamações da população, que sofre com interrupções frequentes e falhas no sistema elétrico. “A falta de estabilidade da rede afeta desde o pequeno comércio até serviços públicos essenciais. É um problema que paralisa o município”, destacou Max.

O deputado lembrou que a energia elétrica é um insumo básico para o progresso econômico e reforçou que sem infraestrutura adequada, os municípios ficam impedidos de crescer, afastando empresas, indústrias e novos empregos.

“Nós lutamos para atrair investimentos, mas a falta de energia confiável afasta oportunidades. Não é possível falar em desenvolvimento regional quando as luzes literalmente apagam todos os dias”, desabafou o presidente da ALMT.

Comissão especial cobra investimentos da Energisa

Em resposta às inúmeras denúncias sobre tarifas abusivas, má qualidade do serviço e descaso com o interior, a Assembleia Legislativa instalou, em setembro, uma Comissão Especial para avaliar a concessão da Energisa em Mato Grosso.
A concessão da empresa vence em abril de 2026, e a comissão, presidida por Max Russi, está analisando a viabilidade de renovação ou a busca por alternativas que garantam um serviço mais eficiente.

O grupo realizou reuniões em Brasília, com representantes da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e do Ministério de Minas e Energia, além de audiências regionais com prefeitos, vereadores e lideranças comunitárias.

“Todos os anos, bilhões de reais são pagos em contas de luz, mas o retorno é quase nenhum. Os municípios do interior são os que mais sofrem. A Energisa precisa apresentar um plano real de investimentos e melhorias, ou o Estado precisa avaliar outras opções de concessão. O povo de Mato Grosso merece respeito”, afirmou Max Russi.

Situação afeta a economia e o cotidiano

Moradores e empresários de Dom Aquino e Juscimeira relatam prejuízos com equipamentos queimados, interrupções na produção rural e paralisações em escolas e unidades de saúde. Em algumas comunidades rurais, a energia cai por horas sem qualquer previsão de retorno.

O clima é de insatisfação generalizada, e a cobrança de Max Russi ecoa o sentimento de cansaço e revolta da população.

“Não estamos pedindo privilégios, estamos exigindo o básico: energia estável e acessível. É o mínimo que uma empresa bilionária como a Energisa deveria oferecer aos mato-grossenses”, reforçou o deputado.

Próximos passos

A Comissão Especial da ALMT deve apresentar, nas próximas semanas, um relatório preliminar sobre a situação do fornecimento de energia em Mato Grosso, com dados técnicos, denúncias registradas e recomendações à Aneel.

Max Russi reafirmou que não medirá esforços para defender os interesses da população e garantiu que o tema seguirá entre as prioridades do Parlamento.

“O desenvolvimento de Mato Grosso não pode continuar sendo freado pela falta de energia. A Assembleia vai até o fim nessa luta, e a Energisa precisará dar respostas concretas à sociedade”, concluiu.