Faiad afirma que cabe a Janaina Riva conter a debandada, que já atinge deputados federais e estaduais
O MDB de Mato Grosso vive um dos momentos mais delicados dos últimos anos. Com saídas em série e disputas internas, o partido enfrenta uma crise de liderança que ameaça sua estrutura para as eleições de 2026.
O advogado Francisco Faiad, líder da sigla em Cuiabá, reconheceu publicamente que o partido corre o risco de perder dois deputados federais e um estadual, e afirmou que a responsabilidade de conter a debandada está nas mãos da deputada estadual Janaina Riva, atual presidente estadual do MDB.
“É um trabalho que a presidente do diretório regional, junto com seu diretório, precisa fazer. Ela deve lutar por uma chapa forte para federal e estadual. Está nas mãos da deputada Janaina Riva”, declarou Faiad nesta segunda-feira (10).
Saída de Emanuelzinho e risco de novas baixas
A crise se intensificou após o deputado federal Emanuelzinho (MDB) anunciar que deixará o partido, alegando divergência ideológica com a nova linha adotada pela legenda em Mato Grosso, que estaria se aproximando da direita e do grupo bolsonarista.
“Ele já me confidenciou esse fato. Disse que realmente não está se sentindo à vontade com os caminhos que o MDB pretende tomar nas eleições do ano que vem. Ele é vice-líder do governo Lula no Congresso e nós entendemos perfeitamente essa situação”, afirmou Faiad.
O líder municipal lembrou que Emanuelzinho segue o mesmo caminho do pai, o ex-prefeito Emanuel Pinheiro, que já se filiou ao PSD e vem atuando na organização da legenda em várias cidades da Baixada Cuiabana. Segundo Faiad, o destino natural do parlamentar é acompanhar o grupo familiar e migrar para o mesmo partido.
Além de Emanuelzinho, outro nome que deve deixar o MDB é o deputado federal Juarez Costa, que estaria insatisfeito com a falta de competitividade da sigla e avalia que não teria condições de buscar reeleição em uma chapa enfraquecida.
Juca do Guaraná também deve deixar o partido
A crise não atinge apenas o plano federal. O deputado estadual Juca do Guaraná (MDB) também estaria de saída para o PSD, o que aumentaria ainda mais o desgaste interno da legenda.
Nos bastidores, lideranças afirmam que o MDB vem perdendo espaço político e identidade, sobretudo após as movimentações de Janaina Riva em direção a alianças com a direita.
Divisão ideológica e impacto nas eleições
A postura da presidente estadual Janaina Riva em adotar um alinhamento mais à direita vem sendo criticada por parte do diretório, especialmente por figuras históricas da legenda em Cuiabá.
Desde 2022, Janaina tem defendido publicamente a aproximação com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), justificando a posição pela força do agronegócio em Mato Grosso e pela dificuldade de apoiar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no estado.
Faiad, por outro lado, declarou que o MDB de Cuiabá, sob sua presidência, não seguirá esse caminho.
“O MDB de Cuiabá, sob a minha presidência, não caminhará com a direita”, afirmou.
Cenário de incertezas
Com a possibilidade de perder três parlamentares de expressão, o MDB enfrenta o desafio de se reorganizar e reconstruir sua base política no estado.
Nos bastidores, aliados avaliam que a debandada pode comprometer os planos de Janaina Riva, que é apontada como pré-candidata ao Senado em 2026.
Sem uma bancada sólida e com o diretório dividido entre centro e direita, o partido corre o risco de encolher ainda mais no cenário político estadual.
O futuro do MDB em Mato Grosso agora depende da habilidade política de sua presidente para recompor alianças e reconquistar lideranças que ameaçam deixar a sigla — um desafio que pode definir o peso do partido nas próximas eleições.
📰 Por Alex Rabelo
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