Coincidência ou provocação política? No simbólico dia 13, número que marca o Partido dos Trabalhadores, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou um pacote robusto de R$ 30 bilhões para tentar conter os efeitos do chamado “tarifaço” de 50% imposto pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.
A assinatura da medida provisória aconteceu nesta quarta-feira (13/8), no Palácio do Planalto, em Brasília. Ao lado dos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-SP), Lula fez questão de frisar que a bola agora está com o Congresso Nacional:
“A bola agora é com vocês.”
O que é o tarifaço e por que afeta o Brasil
O tarifaço foi uma decisão unilateral do governo norte-americano, comandado por Donald Trump, que elevou para 50% as tarifas sobre uma série de produtos brasileiros, especialmente do setor industrial e do agronegócio. A medida, que entrou em vigor na última semana, atinge diretamente exportadores e pode encarecer a produção no Brasil, pressionando ainda mais a economia.
O plano de R$ 30 bilhões do governo brasileiro inclui linhas de crédito emergenciais, incentivos fiscais e apoio financeiro a empresas que dependem das exportações para os Estados Unidos. Segundo Lula, trata-se de um “escudo” para proteger o mercado interno e preservar empregos.
Nada de retaliação — por enquanto
Mesmo com o aumento das tarifas, Lula descartou retaliação imediata contra os EUA:
“Vamos continuar teimando em negociação. Não queremos conflito. Agora, o que precisamos exigir é que a nossa soberania é intocável.”
A escolha por evitar medidas punitivas, segundo o governo, busca preservar o diálogo e evitar um escalonamento da disputa comercial. Ainda assim, críticos afirmam que essa postura pode dar tempo para Trump consolidar vantagens sobre exportadores brasileiros.
Quando a política vira queda de braço
O anúncio acontece num momento delicado para a economia nacional. O preço dos alimentos segue em alta, o combustível voltou a subir nesta semana e a inflação pressiona o bolso do consumidor. Setores econômicos e parte da classe política defendem que Lula adote uma postura mais pragmática, sentando à mesa com Trump para buscar uma saída rápida e menos onerosa para o país.
A grande questão agora é: até onde vai essa briga? Será que insistir em medir forças com os Estados Unidos, mesmo apostando no diálogo, não pode agravar a crise, encarecer ainda mais a vida do brasileiro e colocar pressão extra sobre a economia nos próximos meses?














