O presidente estadual do PL, Ananias Filho, declarou que a escolha do candidato ao governo de Mato Grosso em 2026 será baseada no perfil mais adequado para atender às expectativas do povo, colocando as pesquisas de intenção de voto em segundo plano. A afirmação veio após o empresário Odilio Balbinotti Filho expressar seu desejo de disputar o governo pelo partido. Além de Balbinotti, o senador Wellington Fagundes, um veterano da sigla, também é cotado como pré-candidato.

“O Odílio esteve comigo, e já nos reunimos na última sexta-feira. Ele manifestou sua vontade de ser candidato a governador pelo PL e disse que se filiará oficialmente no momento adequado”, afirmou Ananias.

Perguntado sobre o processo de escolha do candidato, considerando que Wellington Fagundes está no partido desde a década de 1990 e já colocou seu nome como pré-candidato, Ananias afirmou que a discussão ocorrerá no momento certo e enfatizou que o foco será encontrar o perfil ideal para representar o partido. “Não é questão de desconsiderar o Wellington, mas precisamos alinhar o perfil do candidato ao que o povo quer. Não podemos escolher alguém que esteja fora desse perfil. Isso ficou claro nos resultados das últimas campanhas municipais”, explicou.

Ananias destacou a necessidade de unidade no PL para evitar divisões internas que historicamente prejudicaram partidos em Mato Grosso. “Se tivermos serenidade, teremos um time coeso. O PL não cometerá o erro de brigas internas”, garantiu.

A declaração de Ananias reacendeu as tensões entre os apoiadores de Wellington Fagundes e a ala “bolsonarista raiz” do partido, que tem Balbinotti como favorito. Fagundes tem sido criticado por seu histórico de alianças com partidos de esquerda, incluindo o PT, o que gerou vaias de eleitores bolsonaristas em eventos recentes.

No entanto, Wellington Fagundes, o político com mais mandatos consecutivos de Mato Grosso, tem buscado fortalecer sua relação com o ex-presidente Jair Bolsonaro através de Valdemar da Costa Neto, presidente nacional do PL, na tentativa de assegurar o aval da liderança nacional do partido e não depender apenas do apoio da cúpula estadual para sua candidatura em 2026.

Esse cenário esquenta ainda mais os bastidores da disputa interna no PL, deixando a pergunta: será o perfil ou a lealdade ao bolsonarismo que definirá o candidato do partido para o governo do Mato Grosso?