Presidente estadual do PL adota tom conciliador e tenta evitar um rompimento interno entre as principais lideranças do partido no estado.
Por Redação MT Urgente News
Publicado em 29 de outubro de 2025 — Atualizado às 09h20
O presidente estadual do Partido Liberal (PL), Ananias Filho, tenta conter a crise que se instalou na legenda em Mato Grosso após a informação de que o ex-presidente Jair Bolsonaro teria comunicado ao presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, sua intenção de apoiar Otaviano Pivetta (Republicanos) ao governo do Estado em 2026 — e não o senador Wellington Fagundes, nome histórico do partido e principal articulador da sigla no estado.
A movimentação de Bolsonaro foi interpretada como um golpe direto nas pretensões de Wellington, que há meses vem articulando para ser o candidato ao governo com o aval do próprio ex-presidente e da executiva nacional.
Clima de tensão e tentativa de apaziguamento
Diante da repercussão, Ananias Filho adotou um discurso conciliador para tentar evitar um racha definitivo dentro do partido.
Segundo ele, o momento é de manter o diálogo e evitar conflitos públicos que possam enfraquecer o PL em Mato Grosso.
“Com tranquilidade, sem problema nenhum. Quando há manifestação de intenção, qualquer membro do partido pode se posicionar. Isso é normal, é democrático. Vemos com muita tranquilidade as manifestações de um lado ou de outro”, afirmou o dirigente.
Ananias negou que haja crise interna ou clima de retaliação após a sinalização de Bolsonaro.
“Não tem retaliação, não tem nada. É normal, é tranquilo. Divergências e manifestações fazem parte da democracia”, reforçou.
Bastidores e movimentação política
Nos bastidores, entretanto, a tensão é evidente.
Aliados de Wellington Fagundes demonstraram insatisfação com a aproximação de Bolsonaro e Pivetta, vista como uma manobra costurada com o aval de Mauro Mendes (União Brasil), atual governador e padrinho político do vice-governador.
Para interlocutores próximos ao senador, a decisão representa uma ruptura na relação histórica entre Bolsonaro e Wellington, que sempre foi um dos principais apoiadores do ex-presidente em Mato Grosso.
O gesto também é interpretado como um reposicionamento estratégico do bolsonarismo local, que busca ampliar alianças com figuras ligadas ao grupo do governo estadual, mirando uma composição majoritária mais ampla em 2026.
O discurso oficial: unidade e foco na organização interna
Tentando conter o avanço da crise, Ananias Filho reforçou que o foco do partido continua sendo a organização interna e a manutenção da unidade.
“Estamos trabalhando para manter o partido homogêneo, com unicidade. Essa é a nossa prioridade neste momento”, afirmou.
Mesmo com o tom moderado, o desafio do dirigente será equilibrar os interesses das duas maiores forças do partido em Mato Grosso — de um lado, o grupo de Wellington Fagundes; do outro, os bolsonaristas que se aproximam cada vez mais de Mauro Mendes e Otaviano Pivetta.
O que está em jogo
O PL é uma das legendas mais estratégicas do país e será decisivo na disputa de 2026 em Mato Grosso.
O partido deve lançar candidaturas tanto proporcionais quanto majoritárias, e o cenário de divisão pode comprometer a formação de chapas competitivas e a influência bolsonarista no estado.
Analistas avaliam que a legenda precisará definir rapidamente sua linha de atuação, para evitar que o racha interno enfraqueça o desempenho eleitoral e reduza sua bancada nas próximas eleições.
🗳️ O fato é que o PL vive um dos seus momentos mais delicados em Mato Grosso — e a habilidade política de Ananias Filho será posta à prova para decidir se o partido sairá unido ou fragmentado da disputa de 2026.
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