O que era para ser apenas uma troca de comando na Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob), no último sábado (10), acabou se transformando em um episódio que expôs o desgaste político e a disputa de narrativas dentro da gestão de Cuiabá.
O prefeito Abilio Junior (PL) publicou em suas redes sociais um vídeo mostrando a vistoria feita na pasta um dia após exonerar a vice-prefeita Coronel PM Vânia Rosa, que comandava a secretaria. Em menos de oito meses, Vânia já passou por três funções: vice-prefeita, titular da Assistência Social e, mais recentemente, secretária da Semob — cargo que ocupou por pouco tempo.
A cena foi marcada por constrangimento. A ex-secretária, ainda com as chaves da pasta, precisou comparecer ao local e, segundo o prefeito, chegou a acionar a polícia para acompanhar a vistoria.
O clima ficou ainda mais evidente com a presença de duas equipes filmando simultaneamente: uma do prefeito e outra ligada à vice-prefeita. De um lado, a versão oficial de Abilio; do outro, o registro da vice, que, segundo informações, tinha o objetivo de “prevenir qualquer violência” contra ela. O vídeo mostra, no entanto, o prefeito mantendo tom de voz calmo e respeitoso durante toda a ação.
Mas o que realmente deixou Abilio “de cabelos em pé” foi encontrar, dentro da secretaria, um espaço montado para maquiagem e produção de vídeos. Surpreso, chegou a perguntar mais de uma vez se a maca existente no local era para massagem ou para maquiagem, evidenciando seu espanto com a estrutura, que, na visão dele, destoava completamente das atribuições da Semob.
“Troquei a secretária de Mobilidade Urbana e fui vistoriar a secretaria no sábado à tarde para evitar expor qualquer situação aos servidores. A ex-secretária chamou a polícia e acompanhou a vistoria. Tudo foi 100% gravado e todas as imagens do circuito interno estarão à disposição das autoridades. Não queria ter de publicar este vídeo, mas estão atacando minha honra. Como pessoa pública, preciso restabelecer a verdade dos fatos”, disse o prefeito.
O que no início da gestão parecia ser uma parceria de união e foco para resolver problemas históricos da cidade — como saúde, educação e infraestrutura —, hoje dá lugar a disputas internas que tiram a paz do Palácio Alencastro e podem comprometer o andamento das ações.
No fim, fica a questão: a crise é fruto de falta de experiência política para manter a equipe coesa ou de uma disputa por atenção e curtidas nas redes sociais?
Veja o Vídeo:














