A saúde de Cuiabá voltou ao centro da polêmica. Durante uma reunião acalorada na Câmara Municipal, vereadores da base e independentes cobraram diretamente o prefeito Abilio Brunini (PL) sobre a atuação da secretária de Saúde, Lucia Helena, que estaria ignorando convites para reuniões e desconsiderando indicações parlamentares, especialmente na área da saúde bucal.
Mas a discussão vai além da insatisfação política. A pergunta que fica é:
É justo dar prioridade a atendimentos por indicação política enquanto milhares de pacientes aguardam por meses – até anos – na fila do SUS?
A saúde pública deve funcionar por ordem técnica e de necessidade médica, ou por força de influência política?
📢 Um dos vereadores desabafou, pedindo anonimato:
“Desse jeito fica insustentável manter essa secretária. Ela não respeita os vereadores e ignora nossas sugestões.”
A pressão foi tanta que o próprio prefeito Abilio Brunini prometeu intervir, se comprometeu a cobrar mais diálogo com os parlamentares e já estuda criar novas secretarias adjuntas para “atender melhor as demandas”.
Mas qual demanda deve vir primeiro? A de quem tem força política ou a de quem sofre calado na fila do SUS?
Desde o início da gestão, Lucia Helena tem enfrentado críticas internas, especialmente de servidores do segundo e terceiro escalão, que reclamam do engessamento na administração da saúde. Mesmo assim, ela segue com apoio irrestrito de Abilio, que a indicou antes mesmo de vencer as eleições.
O jogo político avança, mas enquanto isso, o povo continua esperando. E a pergunta ecoa nas ruas e nos corredores dos postos:
“Quem vai ser atendido primeiro? Quem precisa ou quem tem indicação?”