Nos bastidores do Palácio Paiaguás, o clima é de tensão. Vaidade, ambição e estratégia marcam a disputa por espaço dentro do grupo que comanda o Estado.
Por Alex Rabelo
Jornalista e Analista Político – MT Urgente News
Publicado em 3 de novembro de 2025 — Atualizado às 09h40
O tabuleiro político de Mato Grosso está se movendo — e com força. O que antes parecia uma aliança sólida entre as principais lideranças do governo agora dá sinais de desgaste.
De um lado, o senador Jayme Campos (União Brasil); do outro, o vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos).
Ambos têm peso político, influência e história, mas também carregam o mesmo objetivo: chegar ao comando do Palácio Paiaguás em 2026.
Nos corredores da política, o que se comenta é claro — a disputa já começou, ainda que em silêncio.
União rachada e jogo de poder
O partido que sustenta a base do governo, o União Progressista (UP), vive um momento de turbulência.
Jayme Campos, experiente e de discurso firme, defende que o partido mantenha autonomia e espaço nas decisões.
Do outro lado, Pivetta cresce politicamente, amparado pelo governador Mauro Mendes e agora com o apoio declarado de Jair Bolsonaro (PL), o que fortalece ainda mais seu nome na corrida sucessória.
A tensão é visível — e há quem diga que, por trás das falas diplomáticas, já existe um embate pelo controle do maior grupo político do Estado.
“No mundo político, quando o ego fala alto, o diálogo perde espaço. E em Mato Grosso, os sinais de vaidade estão cada vez mais claros”, analisa um observador próximo ao Palácio Paiaguás.
O papel do PL e o risco de implosão
O Partido Liberal (PL), que oficialmente tem Wellington Fagundes como pré-candidato ao governo, vive o mesmo dilema.
Parte do partido já se aproxima de Pivetta, criando um cenário de racha inevitável.
Prefeitos das duas maiores cidades do Estado — Cuiabá e Várzea Grande, ambos do PL — enfrentam crises administrativas e queda de popularidade, o que acende o alerta entre as lideranças nacionais e enfraquece a base liberal em Mato Grosso.
Como se diz nos bastidores:
“Dinheiro não falta. O que falta é gestão e unidade.”
Jayme Campos endurece o tom
Jayme Campos vem adotando uma postura cada vez mais crítica e independente.
Nas últimas semanas, o senador deu declarações que soaram como recados diretos ao governo e aos aliados.
“Temos que tirar muita coisa debaixo do tapete. A sociedade precisa saber o que realmente acontece”, disse Jayme em tom firme.
A frase repercutiu entre aliados e adversários, reforçando a percepção de que o senador está disposto a ir para o embate — mesmo que precise mudar de partido para garantir legenda e disputar o governo em 2026.
Conhecido por sua personalidade combativa, Jayme aposta em seu histórico político e no apoio popular que mantém em várias regiões do Estado.
Entre os aliados, o apelido “Jayme Campos do povo” voltou a circular com força.
Vaidade, estratégia e o futuro do grupo
Enquanto Jayme Campos desafia as amarras do partido, o grupo de Pivetta trabalha silenciosamente.
O vice-governador mantém ritmo intenso de articulações, ampliando alianças regionais e consolidando sua imagem como herdeiro político de Mauro Mendes.
O movimento é estratégico e planejado — mas exige equilíbrio.
Qualquer erro pode transformar a base aliada em um campo minado.
“Caititu fora do bando vira comida de onça”, diz um experiente articulador político, lembrando que quem insistir em andar sozinho pode acabar fora do jogo.
O que está por vir
Com as eleições de 2026 se aproximando, o desafio da base governista é manter a unidade antes que os egos e ambições individuais provoquem um rompimento irreversível.
Se Jayme e Pivetta seguirem caminhos diferentes, a oposição pode ser a grande beneficiada.
O jogo político em Mato Grosso está apenas começando — e promete ser um dos mais acirrados da história recente do Estado.
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✍️ Por Alex Rabelo – Jornalista e Analista Polít














