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Reajuste do IPTU gera preocupação e reacende debate sobre infraestrutura e retorno dos impostos em Cuiabá

A proposta de atualização dos valores do IPTU em Cuiabá, prevista para entrar em vigor em 2026, vem gerando debates entre moradores e empresários da capital. Amparada por resolução do Tribunal de Contas do Estado (TCE), a revisão busca corrigir uma defasagem de mais de 15 anos na planta genérica de valores dos imóveis, mas ocorre em um momento em que a cidade ainda enfrenta sérios desafios estruturais.

Enquanto a Prefeitura sustenta que o objetivo é corrigir distorções e tornar o sistema mais justo, parte da população demonstra resistência diante da realidade enfrentada no dia a dia.

Cidade enfrenta desafios visíveis

Moradores e comerciantes têm relatado problemas frequentes em pontos estratégicos da cidade, especialmente em grandes corredores comerciais como a Avenida do CPA, Centro e regiões de intenso fluxo:

  • Ruas e avenidas com buracos e desgaste do asfalto;

  • Calçadas danificadas ou sem manutenção;

  • Praças públicas com mato alto e equipamentos degradados;

  • Trânsito mais lento e desorganizado;

  • Aumento da sensação de insegurança em áreas centrais;

  • Crescimento de usuários de drogas em regiões comerciais.

Esses fatores impactam diretamente a mobilidade, o comércio e a percepção da cidade por parte da população.

Empresário da Avenida do CPA critica momento do reajuste

Comerciante há mais de 15 anos na Avenida do CPA, o empresário Marcelo Ferreira (nome preservado conforme padrão editorial) afirma que não considera o reajuste oportuna neste momento.

“Hoje não vejo entrega que justifique um aumento de imposto. A cidade está mais feia, cheia de buracos, as calçadas quebradas, o movimento no centro caiu muito por causa da insegurança. O comércio já está sofrendo. Fica difícil entender por que pagar mais se a sensação é de abandono”, relatou.

Segundo ele, a falta de manutenção urbana já tem reflexos diretos nas vendas e na circulação de clientes:

“Quando a cidade perde beleza, limpeza e segurança, o cliente deixa de vir. Isso não afeta só a gente, afeta toda a economia local”, completou.

Prefeitura defende correção técnica

O secretário-adjunto de Receita de Cuiabá, Thiago Semensato, reforça que a proposta não é de aumento generalizado, mas de ajuste técnico para corrigir distorções acumuladas desde 2010.

“Não se trata de majoração automática. Alguns imóveis podem, inclusive, ter redução de valor venal, dependendo da realidade do bairro e da valorização real do mercado”, explicou.

A Prefeitura argumenta que a atualização é necessária para garantir mais equilíbrio tributário e ampliar a capacidade de investimento em áreas essenciais.

A percepção do contribuinte

O ponto central da discussão tem sido a relação entre o que é pago em imposto e o que é devolvido em forma de serviços públicos. Para muitos cuiabanos, o debate não é apenas sobre valores, mas sobre confiança na gestão e percepção de retorno concreto.

A expectativa da população é que, caso o reajuste seja confirmado, haja transparência na aplicação dos recursos, cronograma de obras e melhorias visíveis no curto prazo.

Um momento sensível para a cidade

Cuiabá atravessa um período de cobranças crescentes por mais organização urbana, mobilidade eficiente, segurança e revitalização de espaços públicos. O reajuste do IPTU surge justamente neste cenário, ampliando a discussão sobre prioridades e planejamento.

O desafio da gestão municipal será demonstrar, na prática, que qualquer atualização na arrecadação será acompanhada por entregas efetivas à população.

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Cuiabá-MT 14.12.2025 12:14

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