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Reforma Tributária: o que realmente muda a partir de janeiro — e como isso vai afetar sua cidade, seu bolso e as empresas

Por Alex Rabelo | MT Urgente News

A partir de janeiro, o Brasil inicia a implementação prática da maior mudança tributária da história recente. Embora ainda não ocorra a cobrança do novo imposto, começam as primeiras adaptações que vão transformar completamente a forma como o país arrecada, distribui e fiscaliza tributos.

Para facilitar a compreensão, preparamos uma matéria completa, didática e com comparativos antes/depois, mostrando o que realmente muda e como isso afeta o dia a dia de todos.

COMO É HOJE O SISTEMA (MODELO ANTIGO)

O Brasil usa vários impostos diferentes, cobrados por esferas distintas:

📌 Tributos cobrados atualmente

Imposto Quem cobra Onde fica o dinheiro
ICMS Estados Estado onde a empresa está
ISS Municípios Município onde a empresa está
PIS/Cofins União Governo Federal
IPI União Governo Federal

Isso significa que:

Quem produz, ganha mais

Cidades com fábricas, shopping centers, grandes empresas e serviços concentram a arrecadação.

Quem só consome, perde

Cidades pequenas, que compram mas não produzem, ficam com quase nada.

✔ Sistema complexo

Cada estado cobra ICMS de um jeito.
Cada município cobra ISS de um jeito.
Cada produto tem uma regra diferente.

Resultado:

  • burocracia explosiva

  • guerra fiscal

  • dificuldade de empreender

  • pouca transparência para o consumidor

O QUE COMEÇA A MUDAR EM JANEIRO (FASE DE TRANSIÇÃO)

⚠ Importante: a cobrança do novo imposto NÃO começa agora.

O que ocorre a partir de janeiro é:

1. Aparecem duas novas siglas na nota fiscal

  • CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) – Federal

  • IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) – Estados + Municípios

👉 Mas com alíquotas baixíssimas, apenas para teste.

2. Empresas começam a se adaptar ao novo sistema

• novos códigos
• nova forma de emitir notas
• novos sistemas de gestão
• novas regras de destino

3. Governos começam a testar a redistribuição

A União passa a fazer simulações de como dividir o imposto entre estados e cidades pelo novo modelo.

Isso explica por que muita gente está dizendo:

📌 “O imposto vai para o governo federal e depois será redistribuído aos municípios.”

Sim — é isso que realmente vai acontecer.

O QUE MUDA DE VERDADE: COMPARATIVO ANTES X DEPOIS

Agora vem o ponto mais importante.

COMPARATIVO DIRETO: COMO É HOJE X COMO VAI FICAR

📍 1. Onde o imposto é cobrado?

HOJE — No local da empresa (ORIGEM)

Exemplo:

  • Loja de Cuiabá vende para Guarantã do Norte
    👉 o ISS fica em Cuiabá
    👉 o ICMS fica com Mato Grosso

COM A REFORMA — No local do consumidor (DESTINO)

Exemplo:

  • Alguém de Guarantã do Norte compra de Cuiabá
    👉 parte do IBS vai para Guarantã
    👉 parte vai para MT
    👉 parte fica no União

Isso redistribui riqueza.

📍 2. Quem ganha com isso?

Hoje:

Cidades produtoras e ricas (Cuiabá, VG, Sorriso, Rondonópolis).

Novo sistema:

Cidades consumidoras ganham mais receita.
Municípios pequenos passam a receber impostos das compras feitas em seu território — algo que não acontece hoje.

📍 3. Quantos impostos teremos?

HOJE:

📌 ICMS
📌 ISS
📌 PIS
📌 Cofins
📌 IPI
📌 centenas de regras diferentes

DEPOIS DE 2033:

Apenas 2 impostos:

1️⃣ CBS – Federal
2️⃣ IBS – Estados + Municípios

👉 Fim da confusão de alíquotas diferentes em cada cidade e estado.

📍 4. Como será a distribuição do imposto?

HOJE:

Cada esfera fica com o que arrecada.

DEPOIS:

O imposto será recolhido e redistribuído conforme o consumo.

O governo federal passa a fazer a “partilha” para cada estado e município.

COMO FICARÁ A TRANSIÇÃO ATÉ 2033

A mudança é gradual:

📆 2024–2025

– Preparação do sistema
– Ajustes de notas fiscais

📆 Janeiro de 2026

– Começa a cobrança da CBS de forma suave

📆 2027

– Início da substituição do PIS/Cofins
– ISS e ICMS começam redução progressiva

📆 2029–2032

– Sistema híbrido
– Brasil convive com impostos velhos + novos ao mesmo tempo

📆 2033

– Novo sistema completo
– Fim do ICMS, ISS, IPI, PIS e Cofins

O QUE MUDA PARA EMPRESAS (EXEMPLO PRÁTICO)

HOJE

Empresa em Cuiabá vende para 100 municípios → paga ICMS diferente para cada lugar, com regras diferentes.

COM A REFORMA

A empresa paga UMA alíquota nacional
O sistema redistribui automaticamente o imposto para cada cidade.

👉 Menos burocracia
👉 Mais competitividade
👉 Fim da guerra fiscal

O QUE MUDA PARA OS MUNICÍPIOS

Exemplo real: cidade pequena consumidora

📌 Compra R$ 150 milhões por ano de produtos de fora
📌 HOJE ela não recebe nada dessas compras
📌 COM A REFORMA ela passa a receber parte do IBS

Exemplo real: cidade industrial

📌 Produz muito e vende para o país inteiro
📌 HOJE ganha muito com ICMS e ISS
📌 COM A REFORMA ganhará menos
📌 Mas terá compensação gradual até 2078 (!) para não quebrar

O QUE MUDA PARA O CIDADÃO

  • Nota fiscal mais clara

  • Menos imposto escondido

  • Facilidade para saber quanto está pagando

  • Tendência de preços mais estáveis no longo prazo

  • Redução de sonegação

RESUMO DO RESUMO (PARA ENTENDER EM 10 SEGUNDOS)

📌 Janeiro: novo imposto aparece na nota, mas ainda não é cobrado
📌 Imposto passa a ser cobrado onde o consumidor compra, não onde a empresa está
📌 Cidades pequenas irão ganhar mais receita
📌 Cidades ricas terão compensação na transição
📌 Empresário terá apenas 2 impostos no futuro
📌 Tudo muda de verdade até 2033

A mudança não é apenas um ajuste no sistema — é uma virada completa na forma como o Brasil arrecada, distribui e usa os impostos. Municípios vão ser impactados de forma profunda, empresas terão menos burocracia e o cidadão terá mais clareza.

É um processo longo, que começou agora e só terminará daqui a quase 10 anos, mas que promete reorganizar a economia e reduzir desigualdades regionais.

E nós, por aqui, seguiremos acompanhando cada etapa.

Por Alex Rabelo – Jornalista e Analista Político | MT Urgente News

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Cuiabá-MT 15.12.2025 03:40

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