Um novo capítulo decisivo sobre o futuro da Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá está prestes a se desenrolar. O edital para o leilão do imóvel deve ser lançado nos próximos dias, conforme anunciou o presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), conselheiro Sérgio Ricardo, durante coletiva à imprensa nesta quinta-feira (10).
A informação foi dada após uma reunião a portas fechadas com lideranças políticas e representantes do Judiciário e Executivo, em busca de soluções que evitem o fechamento da unidade hospitalar — uma das mais tradicionais da capital.
Segundo o conselheiro, a primeira e a segunda praça do leilão terão valores distintos, e há expectativa de que Prefeitura de Cuiabá ou Governo do Estado assumam a compra do imóvel. “Saio convencido de que a Santa Casa não vai fechar. Acredito que será adquirida por um dos entes públicos. Se não funcionar ali, será o abandono completo do centro histórico”, afirmou Sérgio Ricardo, apostando na união entre os poderes.
📌 Sugestão de modelo de gestão
Sérgio propôs que um ente compre o imóvel e o outro fique responsável pela administração, em uma gestão compartilhada. “Essa reunião só aconteceu porque há essa disposição. Estou convicto de que vamos manter a Santa Casa funcionando para todos os mato-grossenses”, declarou.
⚖️ Dívidas e penhora judicial
O juiz auxiliar da presidência do TRT-MT, Ediandro Martins, explicou que o imóvel da Santa Casa está penhorado para quitar uma dívida trabalhista que gira em torno de R$ 40 milhões. A área total está avaliada em R$ 70 milhões, mas o valor histórico e simbólico pode pesar nas tratativas.
“O leilão é uma possibilidade se não houver quitação das dívidas. A preferência é que ele ocorra com a venda integral da área. O objetivo é pagar os credores e garantir o direito à saúde”, frisou o magistrado.
🗣️ Prefeito e vice-governador se manifestam
O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), afirmou que a preferência legal para aquisição é da União. Se esta não se manifestar, a ordem segue para Estado e depois Município. Apesar de discordâncias políticas com o Governo Federal, Abilio se mostrou aberto:
“Se o Governo Federal quiser comprar, ótimo. O importante é salvar a Santa Casa. Qualquer ente que adquira, o município pode assumir a gestão. Mas o valor de R$ 70 milhões está fora da realidade de Cuiabá”, afirmou.
Já o vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos) defendeu que o processo judicial siga seu curso. “A empresa está falida, precisa vender seu patrimônio. A prioridade são os trabalhadores. Estamos confiantes de que o Estado e o Município encontrarão uma solução conjunta para garantir o atendimento de média e alta complexidade à população.”
🤝 Reunião reuniu autoridades de peso
Participaram da reunião o vice-governador Otaviano Pivetta, o prefeito Abilio Brunini, o secretário-chefe da Casa Civil Fábio Garcia, a presidente do TRT-MT, Adenir Carruesco, além de técnicos e representantes do TCE.
O futuro da Santa Casa agora depende do avanço do processo judicial e da decisão política sobre quem assumirá o imóvel — com a urgência de manter viva uma unidade hospitalar histórica e essencial para a saúde pública de Mato Grosso.














