Quase um mês após o lançamento do edital de venda da Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá, nenhum interessado apresentou proposta para aquisição da unidade de saúde bicentenária. O imóvel, situado na Praça do Seminário, no bairro Bandeirantes, foi avaliado em R$ 78,2 milhões, mas o edital fixou o valor mínimo em R$ 54,7 milhões (70% da avaliação).
O prazo para manifestação de compra encerra em 28 de agosto. Caso não haja propostas, caberá ao juiz responsável decidir os próximos passos: reabrir o edital, encaminhar para leilão ou buscar outra alternativa. A situação gera apreensão, já que em 131 dias o Estado deve desocupar o prédio, hoje usado como unidade estadual de saúde.
Dívidas trabalhistas e fiscais
De acordo com o Tribunal Regional do Trabalho (TRT), responsável pelo edital, os valores arrecadados serão destinados ao pagamento de dívidas trabalhistas e fiscais da instituição, que somam aproximadamente R$ 48 milhões.
A Santa Casa, com mais de 200 anos de história, fechou as portas em março de 2019, após grave crise financeira que deixou funcionários sem salários por cerca de sete meses.
Intervenção do Estado
Em maio do mesmo ano, o governo de Mato Grosso assumiu a gestão do hospital por meio de requisição administrativa, garantindo a continuidade dos atendimentos de saúde. Desde então, o Executivo já repassou cerca de R$ 32 milhões para custear salários atrasados e verbas trabalhistas, mas o montante não foi suficiente para quitar todos os débitos.
Incertezas sobre o futuro
União, governo do Estado e Prefeitura de Cuiabá foram oficiados sobre a possibilidade de aquisição do imóvel, mas até agora não houve movimentação concreta. Sem definição, cresce a incerteza sobre o destino da Santa Casa e sobre a continuidade de sua contribuição histórica ao sistema de saúde de Mato Grosso.














