O clima esquentou dentro do União Brasil em Mato Grosso. O deputado estadual Júlio Campos foi direto ao defender, nesta terça-feira (20), que o governador Mauro Mendes deixe a sigla caso insista em apoiar Otaviano Pivetta (Republicanos) para o governo em 2026.
“Se Mauro quiser apoiar Pivetta, tem que sair do União Brasil. O partido terá chapa própria. Isso é decisão do diretório nacional”, disparou Júlio, em entrevista ao Jornal do Meio, da TV Vila Real.
O recado foi claro e público: ou Mauro segue a linha do partido, ou está fora. Segundo o parlamentar, o União Brasil já tem nome forte para encabeçar a disputa pelo Palácio Paiaguás: o senador Jayme Campos, seu irmão, que já sinalizou disposição para entrar na briga e tem boa performance nas pesquisas.
União rachada e paralisada
Além da crítica ao governador, Júlio Campos foi ainda mais longe e acusou o União Brasil de estar parado e atrasado em relação às demais siglas — mesmo após a criação da federação União Progressista (UP) com o PP.
“Até agora o partido não se mexeu. Não teve reunião, não teve articulação, o governador Mauro Mendes, que é o presidente estadual, não convocou nada. Estamos ficando para trás”, alertou.
Para o deputado, a legenda precisa urgentemente montar uma chapa competitiva para as eleições de 2026, com candidaturas definidas para governador, senador, deputados federais e estaduais.
Pressão por protagonismo
Com o União Brasil nacional exigindo candidaturas próprias nos estados, a pressão sobre Mauro Mendes aumenta. Internamente, há o entendimento de que o partido precisa de protagonismo, e não pode ser coadjuvante apoiando nomes de fora da legenda, como Pivetta.
“Nós temos nomes fortes. Temos Jayme Campos. Temos estrutura. Falta comando, falta decisão. E quem não quiser acompanhar esse projeto, que tenha a dignidade de sair”, finalizou Júlio Campos.