Os três senadores de Mato Grosso – Wellington Fagundes (PL), Jayme Campos (União Brasil) e Margareth Buzetti (PSD) – assinaram o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após a decretação da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. A medida gerou forte reação entre aliados no Congresso e aprofundou o embate entre parte do Legislativo e o Judiciário.
A decisão de Moraes, anunciada na última segunda-feira (4), ocorreu sob a justificativa de que Bolsonaro teria descumprido medidas cautelares impostas após operação da PF em julho. Entre elas, o uso de redes sociais, mesmo que por meio de terceiros – incluindo seus filhos parlamentares.
Senadores mato-grossenses reagem
O primeiro a formalizar o apoio ao pedido de impeachment foi o senador Wellington Fagundes, que participou dos atos do último domingo (3) em apoio a Bolsonaro. No evento, incentivou a população a pressionar os parlamentares que ainda não haviam assinado.
“Eu já assinei, a minha suplente já assinou. Faltam três para dar a maioria. Pressione, cobre do seu senador para assinar o impeachment. Fora Xandão”, declarou Fagundes durante a manifestação.
Já a senadora Margareth Buzetti se pronunciou na terça-feira (5), destacando que o ministro “ultrapassou os limites da lei”.
“Paciência tem limite. Ninguém está acima da lei. Nem mesmo o ministro do STF. Vou assinar agora o impeachment do ministro Alexandre de Moraes”, afirmou.
O senador Jayme Campos foi o último dos três a confirmar a assinatura. Em vídeo nas redes sociais, declarou que agiu de “forma consciente e responsável” ao endossar o pedido de impeachment.
“Ele ultrapassou qualquer barreira e está desrespeitando a sociedade brasileira. Não podemos concordar com essa atitude”, disse Jayme, acusando o ministro de abuso de autoridade contra o povo e o ex-presidente.
Entenda o pedido
O pedido de impeachment foi protocolado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e alega que Moraes extrapolou os limites do exercício da jurisdição penal, especialmente com as medidas cautelares impostas a Jair Bolsonaro. O documento faz parte de um conjunto de quase 30 pedidos de impeachment já protocolados contra o ministro.
Segundo a Constituição, cabe ao Senado Federal processar e julgar ministros do STF por crimes de responsabilidade. No entanto, o avanço do pedido depende de decisão do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), que até o momento não se manifestou sobre o andamento da proposta.
Contexto da decisão judicial
A prisão domiciliar de Bolsonaro foi determinada após o ex-presidente ter supostamente infringido medidas cautelares como a proibição de uso de redes sociais, além do descumprimento de ordens judiciais no processo que apura tentativa de golpe de Estado no fim de seu mandato.
O ex-presidente já estava usando tornozeleira eletrônica desde julho e é investigado por diversos órgãos judiciais e policiais. A decisão de Moraes aumentou ainda mais a tensão entre os Poderes e reacendeu os debates sobre a atuação do STF.














