Cerca de 400 contêineres de madeira estão encalhados em Mato Grosso após a aplicação de uma tarifa de 50% pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. A medida impacta diretamente as exportadoras de pisos de madeira maciça, que geram milhares de empregos e sustentam uma ampla cadeia produtiva no Estado.
Em entrevista coletiva, o presidente do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado (Cipem), Ednei Blasius, afirmou que o setor foi surpreendido pela decisão norte-americana, o que levou à inviabilização de contratos já firmados e à paralisação de linhas de produção.
No primeiro semestre deste ano, o segmento já havia exportado US$ 8,6 milhões e projetava alcançar US$ 20 milhões em 2025. Com o tarifaço, no entanto, os embarques para os EUA — principal destino desse tipo de produto — ficaram comprometidos.
Os pisos de madeira maciça são reconhecidos pelo alto valor agregado e pela utilização na construção de residências norte-americanas, atendendo a um nicho específico. Essa característica agrava a situação, já que os estoques parados não encontram alternativas de escoamento para mercados como Europa, China ou Oriente Médio.
Segundo o presidente do Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF), Frank Rogieri, a incerteza instalada intensifica a crise. “Muitas empresas estão com a produção suspensa ou concedendo férias coletivas porque não há como arriscar perder carga na alfândega. Se a tarifa se mantiver, o setor perde competitividade e o impacto deixará cicatrizes na economia”, destacou.
O setor aguarda uma reavaliação da medida, mas empresários já apontam que o prejuízo é irreversível no curto prazo.














