Os conselheiros do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT) definiram, em sessão extraordinária realizada na manhã desta terça-feira (23), a lista tríplice que será encaminhada ao governo estadual para escolha do substituto do conselheiro Valter Albano, que se aposenta após mais de duas décadas de atuação.
O procurador de Contas Alisson Carvalho de Alencar foi o nome mais indicado pelos membros da Corte e aparece como o favorito para assumir a vaga.
Albano se aposenta, mas permanece atuando
Apesar da aposentadoria, Valter Albano continuará contribuindo com o Tribunal. O presidente da Corte, Sérgio Ricardo, explicou que Albano seguirá colaborando em comissões internas — um caso considerado atípico dentro das Cortes de Contas pelo país.
“O conselheiro Valter vai se aposentar e não vai embora. Ele continuará trabalhando nas comissões, talvez até mais do que antes”, afirmou Sérgio Ricardo.
A permanência reforça o peso institucional de Albano, que ingressou no Tribunal em 2001, indicado pelo então governador Dante de Oliveira. Sua trajetória inclui passagens por secretarias estaduais, pela Secretaria de Fazenda e pelo Incra, além de ser reconhecido como uma das vozes mais influentes na modernização do sistema de controle externo em Mato Grosso.
Como ficou a lista tríplice
A votação seguiu a ordem de preferência dos conselheiros. A lista enviada pelo Ministério Público de Contas já havia indicado, por ordem:
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Alisson Carvalho de Alencar
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Gustavo Coelho Deschamps
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William de Almeida Brito Júnior
Apenas os conselheiros Guilherme Malouf e Domingos Campos Neto divergiram da ordem original. No computado geral, Alisson foi o mais votado entre os membros do Tribunal.
A composição final será agora enviada ao Governo do Estado. Como o governador Mauro Mendes está de férias, caberá ao governador em exercício, Otaviano Pivetta, escolher um dos nomes e encaminhá-lo para sabatina na Assembleia Legislativa (ALMT). Após aprovação dos deputados, o indicado retorna ao Executivo para nomeação e posse.
Momento histórico para o Tribunal
A sucessão de Albano foi tratada como um marco institucional. Para diversos conselheiros, a vaga representa uma mudança significativa porque, pela primeira vez em décadas, um membro oriundo do Ministério Público de Contas pode assumir uma cadeira no Pleno.
O conselheiro Antônio Joaquim ressaltou que a composição atual do TCE-MT praticamente não conta com membros vindos das carreiras internas:
“É uma sessão histórica. O Tribunal de Contas de Mato Grosso é um dos únicos do país que não tem, no seu plenário, representantes das carreiras internas. Essa é a primeira vaga aberta desde que fomos indicados pelo governador Dante. A contribuição do Valter Albano é imensa.”
Valdir Júlio Teis também destacou o legado do colega:
“O Valter modernizou o Tribunal. Ele deixa um legado enorme. Mesmo aposentado, continuará sendo chamado de conselheiro.”
Favorito reconhece responsabilidade
Durante a sessão, Alisson Alencar agradeceu a indicação e destacou a responsabilidade de ocupar a vaga de Albano:
“É uma honra e uma extrema responsabilidade assumir uma cadeira tão desejada. A responsabilidade é ainda maior por ser a vaga de alguém que sempre foi inspiração, tanto pelo senso de justiça quanto pela qualidade técnica.”
O conselheiro Guilherme Malouf também reforçou o perfil conciliador do procurador:
“O doutor Alisson tem papel harmonizador importante e qualifica as ações do tribunal. Sua vinda é de grande importância.”
Quem é Valter Albano
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Poderia permanecer no cargo até agosto de 2027 (aposentadoria compulsória).
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Ingressou em 2001, indicado por Dante de Oliveira.
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Já foi secretário estadual de Educação, secretário municipal de Administração, secretário adjunto de Fazenda e superintendente do Incra.
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É reconhecido nacionalmente como referência no controle externo.
Próximos passos
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Lista tríplice segue para o governador em exercício, Otaviano Pivetta.
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Pivetta escolhe um dos nomes.
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Indicado passa por sabatina na Assembleia Legislativa.
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Após aprovação, nome retorna ao Executivo para nomeação.
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Novo conselheiro toma posse no TCE-MT.
A escolha é considerada uma das mais relevantes dos últimos anos para a Corte de Contas e definirá o perfil técnico-institucional do Tribunal para a próxima década.














