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União entre PL e MDB para 2026 tira o sono de Abílio Brunini

O veterano senador Wellington Fagundes (PL) tem intensificado suas articulações em Brasília e em Mato Grosso com um objetivo claro: costurar uma união entre PL e MDB para as eleições de 2026. O plano é duplo — disputar o Governo do Estado e, ao mesmo tempo, abrir espaço para que sua nora, a deputada estadual Janaína Riva (MDB), alcance uma vaga no Senado Federal.

A proposta, porém, está longe de ser consenso dentro do PL. Lideranças bolsonaristas, como os prefeitos de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), e de Rondonópolis, Cláudio Ferreira (PL), reagiram mal à ideia e já expuseram publicamente sua contrariedade. Para eles, uma aliança desse porte significaria um “abraço” a adversários históricos e uma traição à base conservadora.

Embates locais pesam na resistência

Abílio Brunini trava há anos uma disputa ferrenha com o grupo do ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) e do deputado federal Emanuelzinho (MDB) em Cuiabá. Foram embates políticos e também jurídicos, que consolidaram uma rivalidade difícil de ser apagada.

Já Cláudio Ferreira enfrentou em 2024 uma eleição espinhosa contra Thiago Silva (MDB) em Rondonópolis. A vitória sobre o adversário reforçou ainda mais seu discurso de que o PL deve se manter ao lado de aliados naturais da direita, e não de adversários tradicionais como o MDB.

Para ambos, a questão é ideológica: o MDB ainda carrega o legado de Carlos Bezerra (MDB) e sua militância de décadas voltada ao centro e à esquerda. Janaína Riva até insiste em um discurso de aproximação com a direita, mas não tem convencido os bolsonaristas mais radicais do PL.

Bolsonaro e Fagundes: rumos diferentes

O nome do senador José Medeiros (PL) é outro ponto de atrito. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) o enxerga como peça estratégica no Senado: confiável, alinhado ao conservadorismo e pronto para compor a frente contra os “excessos” do Supremo Tribunal Federal.

Wellington Fagundes, por outro lado, dá sinais de estar mais disposto a priorizar o projeto familiar em torno de Janaína, ainda que isso signifique contrariar a prioridade estabelecida por Bolsonaro. Essa divergência só amplia a tensão interna no partido.

Abílio no trio elétrico

Durante o ato bolsonarista do 7 de setembro em Cuiabá, Abílio foi categórico: em sua trajetória como deputado federal, só reconheceu Osmar Terra (MDB-RS) como aliado fiel da direita dentro do MDB. Para ele, o restante da sigla sempre se moveu entre a conveniência do centrão e a inclinação à esquerda.

Já Cláudio Ferreira foi além: garantiu que apoiará Mauro Mendes (UB) e José Medeiros (PL) ao Senado, independentemente da decisão oficial do partido.

Um jogo pesado

Com esse cenário, o movimento de Wellington Fagundes soa como uma jogada arriscada. O senador aposta no peso de sua articulação em Brasília, mas enfrenta prefeitos alinhados a Bolsonaro que exigem fidelidade ideológica e rejeitam aproximação com o MDB.

E agora: qual será o novo rumo? Será que essa briga pode mudar o destino do PL, que corre o risco de não eleger nenhum senador em 2026 — justamente a grande prioridade nacional?

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Cuiabá-MT 15.12.2025 03:43

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