A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (13) a quinta fase da Operação Sisamnes, que investiga um complexo esquema de compra e venda de decisões judiciais em diversos tribunais brasileiros, incluindo cortes superiores.
Nesta etapa, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão, sendo quatro deles em Mato Grosso. A Justiça também autorizou o sequestro de bens e valores que somam aproximadamente R$ 30 milhões. Além disso, os alvos estão proibidos de deixar o país, e passaportes foram apreendidos.
As investigações apontam para a existência de uma rede empresarial e financeira voltada à lavagem de dinheiro, criada para ocultar a origem ilícita de valores supostamente pagos como propina para influenciar decisões judiciais — inclusive no âmbito de cortes superiores. O objetivo seria dificultar o rastreamento entre quem paga e quem recebe.
Histórico da operação
Na primeira fase, deflagrada em novembro de 2023, foram cumpridos 23 mandados de busca e apreensão, além de ordens de prisão e medidas cautelares contra advogados, empresários, servidores públicos e membros do Judiciário suspeitos de integrar o esquema.
As apurações indicam que decisões judiciais estariam sendo negociadas mediante pagamento, beneficiando partes específicas em processos. Além disso, também são investigados vazamentos de informações sigilosas, incluindo dados de operações policiais.
Origem do nome da operação
O nome “Sisamnes” faz referência a um episódio da história persa, durante o reinado de Cambises II. Sisamnes, um juiz da época, foi condenado por aceitar suborno em troca de uma sentença injusta — um símbolo clássico da corrupção no Judiciário.