A guerra na Ucrânia deu mais um passo rumo à barbárie. No último domingo (18), a Rússia lançou o maior ataque com drones já registrado desde o início do conflito, atingindo áreas residenciais, destruindo casas e deixando um rastro de mortes, medo e destruição.
Ao todo, foram 273 drones lançados contra cidades ucranianas, ultrapassando o recorde anterior estabelecido por Moscou em fevereiro. Em Obukhiv, a oeste de Kiev, uma mulher de 28 anos foi morta, e outras três pessoas ficaram feridas, incluindo uma criança de quatro anos. Casas foram totalmente destruídas.
“Não consigo superar isso. Eu ouvia claramente o drone vindo em direção à minha casa”, relatou Natalia Piven, 44, cuja casa foi devastada enquanto ela e o filho corriam para um abrigo antiaéreo em um jardim de infância.
Terror deliberado
No sábado, outro ataque russo com drone matou nove civis ao atingir um ônibus na região de Sumy, no nordeste da Ucrânia. O presidente Volodymyr Zelensky classificou o ataque como deliberado e pediu sanções mais severas contra Moscou.
Além disso, a inteligência ucraniana alertou que a Rússia poderia lançar um míssil balístico intercontinental ainda no domingo, como forma de intimidação direta ao Ocidente. Moscou não respondeu à acusação até o momento.
Tentativas de cessar-fogo, impasses e exigências impossíveis
Em meio à violência crescente, Rússia e Ucrânia participaram de conversas presenciais inéditas após três anos, com pressão direta do ex-presidente americano Donald Trump, que promete encerrar rapidamente o conflito. As partes chegaram a um acordo para trocar 1.000 prisioneiros de cada lado, mas não houve avanço em direção a uma trégua.
Moscou apresentou condições consideradas “inaceitáveis” pela delegação ucraniana, incluindo:
-
Cessar envio de armas ocidentais para Kiev
-
Aceitação da perda de territórios
-
Desmilitarização e neutralidade da Ucrânia
Para Zelensky, essas exigências são equivalentes a uma rendição disfarçada, que deixaria o país indefeso diante de futuros ataques.
🌍 Pressão internacional cresce
Enquanto isso, líderes do Reino Unido, França, Alemanha e Polônia se mobilizam para convencer Trump a manter a pressão sobre Moscou. Eles visitaram Kiev na semana passada e, junto a Zelensky, fizeram um apelo por novas sanções e um cessar-fogo real — que respeite a soberania ucraniana.
O presidente ucraniano também se reuniu neste domingo com o vice-presidente americano J.D. Vance e o secretário de Estado Marco Rubio, em Roma, durante a posse do Papa Leão. O encontro durou 40 minutos e buscou reconstruir pontes com Washington, após um episódio desastroso na Casa Branca em fevereiro.
O custo humano da guerra é insuportável.
Famílias inteiras soterradas em escombros, crianças feridas, casas reduzidas a ruínas — enquanto líderes discutem, civis morrem. A Ucrânia sangra enquanto o mundo negocia.
Quantos mais precisarão morrer até que se chegue à paz?