O transporte rodoviário no Brasil — responsável por mover mais de 60% das cargas do país — está chegando a um ponto crítico. O segmento, que já sofre há anos com os altos custos do diesel, manutenção de frota e tarifas de pedágio, agora enfrenta um novo fator de pressão financeira: a autorização dada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para cobrança de pedágio sobre eixos suspensos, desde que o veículo seja identificado como carregado.
A medida, segundo a ANTT, tem como objetivo evitar fraudes e garantir a cobrança correta nas estradas. Na prática, porém, ela amplia ainda mais os custos operacionais de um setor que já dá sinais de sufocamento financeiro.
🔍 Como vai funcionar a nova regra?
✅ Câmeras automáticas nas praças de pedágio irão ler as placas e cruzar os dados com o sistema oficial do Operador Nacional dos Estados (ONE), ligado à Secretaria da Fazenda Virtual do Rio Grande do Sul.
✅ Se for detectado um MDF-e (Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais) aberto, presume-se que o caminhão está carregado, e será cobrado pedágio por todos os eixos, inclusive os suspensos.
✅ A verificação visual continua válida: se o caminhão realmente estiver vazio, a isenção para eixos suspensos permanece.
A recomendação da ANTT é clara: encerrar o MDF-e imediatamente após a entrega da carga, para evitar cobranças indevidas.
Um setor já no limite das despesas
O setor do transporte rodoviário tem alertado que não há mais espaço para aumento de custos:
➡ O diesel, que representa até 50% do custo do frete, passou por reajustes sucessivos e já pressiona fortemente a margem de lucro.
➡ As tarifas de pedágio em muitas rotas já representam um peso insuportável, especialmente para caminhoneiros autônomos e pequenas transportadoras.
➡ Agora, a nova cobrança sobre eixos suspensos é mais uma carga que cai sobre as costas de um segmento que, além de ser essencial para a economia, já acumula reclamações por falta de políticas de incentivo, alto custo de renovação de frota e aumento de obrigações fiscais e regulatórias.
Especialistas alertam: se os custos continuarem subindo sem contrapartidas, os preços ao consumidor final vão inevitavelmente subir, já que os fretes encarecem e a cadeia logística inteira é impactada.
📞 Mais informações:
Tarifas, formas de pagamento e atendimento estão disponíveis pelo telefone 0800 065 0163.
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