O colapso no abastecimento de água em Várzea Grande é um reflexo de problemas estruturais e operacionais que se arrastam há anos. O Departamento de Água e Esgoto (DAE) enfrenta desafios críticos na captação e no tratamento da água, impactando diretamente a população. Enquanto isso, quem continua sofrendo são os moradores da cidade, que todos os meses precisam pagar a conta de água sem receber o serviço adequado.
O Problema Estrutural A infraestrutura do abastecimento de água no município está deteriorada. A Estação de Captação no bairro Jardim Potiguar, responsável pelo fornecimento para as ETAs Ulisses Pompeo, Velha e Cristo Rei (que abastecem 50% da cidade), opera com equipamentos sucateados e tecnologia ultrapassada.
- A captação foi construída há 50 anos, antes da Usina Hidrelétrica de Manso, quando o nível do Rio Cuiabá era mais alto.
- O desnível da captação é de 17 metros, dificultando o processo de bombeamento.
- Bombas e motores possuem mais de 20 anos de uso, tornando a manutenção mais complexa e cara.
O Impacto da Falta de Manutenção
- Resíduos como galhos e plásticos penetram nas bombas, causando falhas mecânicas.
- Vibrações excessivas provocam rompimentos e paradas inesperadas no abastecimento.
- Para desmontar e remontar uma bomba são necessárias mais de 14 horas de trabalho.
- Vazamentos de óleo nos motores exigem reparos adicionais, aumentando o tempo de inatividade.
Os Custos da Negligência
- Recentemente, foram gastos entre R$ 200 e R$ 250 mil apenas em manutenções emergenciais.
- A falta de peças no mercado dificulta a substituição e prolonga o tempo de reparo.
O Sofrimento da População A cada mês, milhares de moradores de Várzea Grande enfrentam torneiras secas enquanto continuam pagando suas contas de água. A ineficiência na gestão do abastecimento tem gerado indignação e revolta entre os cidadãos, que cobram soluções efetivas e definitivas das autoridades.
O Que Precisa Ser Feito?
- Modernização da estrutura de captação, reduzindo o desnível e facilitando a operação.
- Substituição de equipamentos antigos por novas tecnologias mais eficientes.
- Implementação de um plano de manutenção preventiva para evitar colapsos no sistema.
A crise hídrica em Várzea Grande não é um problema isolado, mas um reflexo da falta de investimentos e planejamento. Sem uma ação concreta e imediata, a população continuará sofrendo com um serviço precário e instável. Enquanto isso, a conta de água segue chegando, mesmo sem que a água saia das torneiras. A solução passa por inovação, responsabilidade e comprometimento com o futuro da cidade.