Com chuvas abaixo da média e enfrentando uma das piores secas em décadas, o nível do Rio Paraguai continua a baixar drasticamente, registrando marcas históricas. No trecho de Cáceres (a 225 km de Cuiabá), o nível do rio chegou a 35 centímetros, mais de um metro abaixo do esperado para esta época do ano, que é de 1,54 metro, segundo dados do Centro de Hidrografia e Navegação do Oeste, da Marinha do Brasil.
Este é o nível mais baixo registrado nos últimos dois anos. Na última segunda-feira (23), o nível foi de 41 centímetros. Durante o mês de setembro, o trecho manteve-se com menos de 40 centímetros de profundidade, e a elevação desta semana é a primeira observada no período. A última vez que o nível do rio esteve tão baixo foi em 2021, quando atingiu 26 centímetros, sendo que o normal para a época seria de 1,30 metro.
Em 2022, o nível mais crítico do Rio Paraguai foi registrado em novembro, mas ainda assim não alcançou os números observados neste fim de semana. Na região de Cáceres, o leito do rio está coberto por bancos de areia e pedras, o que agrava a navegação e afeta o ecossistema do Pantanal.
Em Barra do Bugres, o Serviço Geológico do Brasil apontou o nível mais baixo do rio desde 2023, com a profundidade chegando a apenas 25 centímetros, enquanto o esperado seria de 60 centímetros. Este número superou o recorde negativo de 1967 e do ano passado, quando o nível chegou a 28 centímetros.
Na capital Cuiabá, a situação é um pouco mais estável. O Rio Cuiabá registrou um nível de 92 centímetros, levemente abaixo do esperado de 1,09 metro. A regularização do nível do rio é garantida pela Usina Hidrelétrica de Manso, o que tem evitado uma queda mais acentuada.
A situação é preocupante, já que a seca prolongada afeta o Pantanal e diversas cidades da região. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), vários municípios de Mato Grosso estão sem chuvas há mais de 140 dias, e 14 cidades já decretaram situação de emergência devido à seca e estiagem prolongadas.