A recém-nomeada ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, já enfrenta sua primeira bomba política no cargo: o projeto que prevê anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

Segundo aliados do Planalto, Gleisi está encarregada de uma missão delicada: convencer deputados governistas a retirarem suas assinaturas do pedido de urgência para que o projeto seja votado diretamente no plenário da Câmara.

🎯 A estratégia da ministra é clara: alertar que o projeto pode beneficiar até o ex-presidente Jair Bolsonaro, além de militares envolvidos na articulação que teria mirado Lula, Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. O recado: não se pode anistiar quem tentou destruir a democracia.

Apesar da gravidade do tema, Gleisi adotará uma abordagem política e “sem ameaças” — será na base do convencimento, segundo interlocutores. Ela reforçará que o governo não é contra discutir reduções de pena, mas que isso deve ser feito pelo STF, e não por meio de uma canetada do Congresso.

🔎 Na semana passada, uma fala da ministra gerou desconforto no Supremo, mas ela rapidamente se retratou e reafirmou: o Judiciário é o único caminho legítimo para tratar o tema.

Enquanto isso, a pressão nos bastidores cresce. O líder do PL, Sóstenes Cavalcante, afirma já ter mais de 260 assinaturas, número suficiente para protocolar o pedido de urgência e forçar a votação.

Mas o governo aposta em outro aliado de peso: o presidente da Câmara, Hugo Motta, que, segundo seus interlocutores, não vê prioridade na votação do projeto da anistia. A ordem é clara: foco na economia e na segurança pública — temas que de fato importam ao cidadão.

📌 Se Gleisi conseguirá reverter o quadro, só o andar da semana dirá. Mas uma coisa é certa: o governo Lula não quer anistiar quem tentou incendiar a democracia, e está se movimentando rápido nos bastidores para barrar o avanço da proposta.